O que a imprensa espera do árbitro?

O que a imprensa espera do árbitro? Sem dúvida alguma, tudo!

Novamente, tomo a liberdade de ocupar o espaço do meu amigo e também presidente do SAFESP, Sérgio Corrêa da Silva, no site Futebol Interior. Desta vez, abordarei um tema intimamente ligado à arbitragem: o que a Imprensa espera de vocês, árbitros?

Sem dúvida alguma, tudo. Somos imperdoáveis quando o árbitro erra ou, pior ainda, quando achamos que ele errou. E, neste caso, podem estar certos: a paixão clubística de cada um de nós tem um peso considerável. O profissional de Imprensa vive uma situação complicada: não consegue simplesmente viras às costas ao clube de coração pois, antes de ser profissional, já era torcedor; por outro lado, não pode deixar o sentimento se sobrepor à razão pois, se isso acontecer, perderá toda a credibilidade perante seus leitores, ouvintes ou telespectadores. Duro é achar o meio termo desta situação.

A relação mídia/arbitragem sempre foi polêmica, e assim se manterá até o fim dos tempos. Enquanto houver um cara de apito na boca decidindo se foi ou não falta, pênalti ou gol, vai ter um outro cara de microfone ou caneta em punho para, quase sempre, discordar dele.

Para alguns colegas, criticar a arbitragem é mais do que um hábito – torna-se uma estratégia de ganhar pontos para com o seu público. Afinal, como já tive a oportunidade de dizer a todos vocês, por pior que seja um time, sempre tem algum maluco que se dispõe a torcer por ele. Mas eu nunca vi um árbitro entrar em campo e, das arquibancadas, seu nome ser entoado por milhares de pessoas. Em outras palavras: contra a arbitragem, o mundo.

Como não há solução definitiva para esta eterna crise de relacionamento, fica aqui, agora de público, algo que já sugeri aos meus dois presidentes – Sérgio Corrêa, do SAFESP, e Paulo Cezar Correa, da ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo): a realização de rápidos, mínis e regulares cursos de arbitragem para nós, jornalistas. Quem sabe se, conhecendo um pouco mais das regras, a gente não pára de pegar, pelo menos um pouco, no pé da arbitragem?