Na Ponte Preta, ninguém 'freia' decisões equivocadas de Dos Anjos

É preciso que alguém da diretoria confronte algumas posições claramente equivocadas de Dos Anjos, e em prejuízo ao futebol do clube.

A vitória sobre o Noroeste, na tarde deste sábado, aumenta ainda mais a dúvida, principalmente a partir da etapa semifinal da competição

Jeh deve desfalcar Ponte Preta em seis semanas
Jeh deve desfalcar Ponte em seis semanas Foto: Karen Fontes - AAPP

Campinas, SP, 11 (AFI) – Tão logo a Ponte Preta foi eliminada precocemente da Copa do Brasil, na terça-feira passada, a reflexão lógica de seu torcedor deveria ter sido sobre o título da publicação da coluna, ou seja: ‘dúvida no mata-mata da Série A2′.

Pois esta vitória por 2 a 0 sobre o Noroeste, na tarde deste sábado, em Campinas, aumenta ainda mais a dúvida, principalmente a partir da etapa semifinal da competição, visto que teoricamente é plenamente admissível a possibilidade de se passar pelo Comercial, adversário nas quartas de final, a partir do próximo final de semana.

Dias atrás foi alertado sobre o perigoso absolutismo do treinador Hélio dos Anjos, sem que alguém da diretoria confrontasse algumas de suas posições claramente equivocadas, e em prejuízo ao futebol do clube.

WEVERTON

Se o lateral-direito Weverton carece de precisão nos cruzamentos, e ainda tem claras deficiências na marcação, por que a insistência em mantê-lo no time?

Pior ainda quando o absolutista Dos Anjos ainda traça um esquema de jogo contra o Noroeste com concentração de jogadores pelo lado esquerdo do ataque, e praticamente isola Weverton pelo lado direito, sentido à meta adversária, durante o primeiro tempo?

Aí, após o intervalo, eis que Dos Anjos desloca o centroavante Jeh para ocupar o espaço vago pelo lado direito, e assim o time fica sem o jogador de área.

EXPULSÃO

Quis o destino que o zagueiro Régis Potiguar, do Noroeste, recebesse o segundo cartão amarelo – em consequência o vermelho – após falta dura sobre Jeh, o que contribuiu para outra configuração da partida, a partir dos 11 minutos do segundo tempo.

Foi preciso o Noroeste ficar fragilizado, com um homem a menos, para que Dos Anjos injetasse mais vitalidade na ofensiva, ao sacar o zagueiro Edson para entrada do atacante de beirada Gui Pira pelo lado esquerdo, três minutos depois.

Só assim para Dos Anjos mudar de lado o também atacante Pablo Dyego, deslocando-o para a direita.

Alguns dirão que Dos Anjos ajeitou a equipe, mas na prática o correto é que consertou um erro de avaliação que havia cometido, visto que Pablo Dyego embolava na esquerda com os canhotos Jean Carlos e Júnior Tavares.

PÊNALTI

Aos 21 minutos, em jogada pessoal já dentro da área, Gui Pira foi derrubado, em pênalti claro cometido por Ygor Ribeiro, que Pablo Dyego converteu, com chute rasteiro no canto direito.

Com aquela nova composição ofensiva, Jeh voltou a se posicionar centralizado, e aos 27 minutos, teve a percepção de ir ao encontro da bola em cruzamento a meia altura feito por Pablo Dyego, ocasião que bateu de primeira, colocando-a no canto direito.

E precisava de uma expulsão do lado do Noroeste para que a Ponte se ajustasse em campo?

RISCO NO 1º TEMPO

Não bastasse tudo isso, a pobreza técnica da Ponte Preta durante o primeiro tempo foi assustadora, pois não criou absolutamente nada ofensivamente.

Por sorte, o atacante Luiz Thiago, do Noroeste, desperdiçou duas chances claríssimas de gols naquele período.

Primeiro aos 17 minutos, quando avançou livre pela meia-esquerda e, cara a cara com o goleiro Caíque França, chutou a bola contra a trave esquerda.

Foi em lance similar que a Ponte sofreu o segundo gol contra o Brasil de Pelotas e outros tantos nesta mesma Série A2 do Paulista, muito por falta de correção adequada do posicionamento do volante Léo Naldi, que se pauta como peladeiro, pela ‘sede’ de se aproximar onde está a bola, quando o correto seria marcar pelo lado direito do campo.

No outro lance desperdiçado por Luiz Thiago, aos 40 minutos, foi precisa a saída da meta do goleiro Caíque França, que provocou rebote, mas o jogador noroestino não soube aproveitar a sobra.

E isso com Dos Anjos, de forma improcedente, organizando a equipe com três zagueiros, prendendo o lateral-esquerdo Artur.

NERVOSISMO

E aí, vão continuar deixando Dos Anjos proceder como aqueles treinadores de sua época enquanto atleta, com absolutismo?

Não bastasse Dos Anjos dar a mínima para contestações, ainda continua incorrigível à beira do gramado, provocando recebimentos de cartões, como aquele que recebeu neste sábado e provoca a sua suspensão para o jogo contra o Comercial, em Ribeirão Preto. 

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