Na Ponte Preta, ajustar a ofensiva é o desafio de Dos Anjos
Depois de acertar a 'cozinha', Hélio dos Anjos fica com a missão de acertar o setor ofensivo, que ainda apresenta muitos problemas na Macaca
Com a vulnerabilidade do setor defensivo pontepretano, a proposta foi fazer ajustes na 'cozinha', o que implicou no formato com três volantes.
Campinas, SP, 10 (AFI) – Alvo de críticas até contundentes neste espaço, reconheçamos que o treinador Hélio dos Anjos, da Ponte Preta, colocou em prática um aceitável esboço tático contra o Guarani, domingo passado.
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Com a vulnerabilidade do setor defensivo pontepretano durante o Paulistão, a proposta foi fazer ajustes na ‘cozinha’, o que implicou no formato com três volantes.
Claro que o reparo da injustiça que se cometia com o zagueiro Fábio Sanches foi essencial, com o reaproveitamento dele, e assim o torcedor se viu livre da desconfiança que tinha quando da escalação de Fabrício.
Havia, claro, temeridade pela escalação do lateral-esquerdo Jean Carlos no dérbi, por se saber, sobejamente, que tem deficiências na marcação.
MARCAÇÃO DUPLA
Aí tem-se que reconhecer o mérito de Dos Anjos ao provocar duplicidade de marcação, com o deslocamento do volante Ramon Carvalho por ali.
Assim, exceto um descuido logo no início da partida, o setor foi bem preenchido, inclusive com incursões ao ataque de Jean Carlos.
Claro que o treinador interino do Guarani, Ben-Hur, deu a sua parcela de contribuição para que a Ponte não sofresse por ali.
A falta de percepção dele de que o atacante Bruno José deveria ser posicionado bem adiantado, para que fosse lançado nas costas de Jean Carlos e Ramon, e assim participar de enfrentamento direto com o lento quarto-zagueiro Fabrício, da Ponte Preta, fez Dos Anjos respirar aliviado.
TRÊS VOLANTES
Como a Ponte Preta atingiu a segunda partida consecutiva sem sofrer gols, é uma mostra que o cinturão de marcação com três volantes de mobilidade serviu para minimizar os erros do quarteto defensivo.
O que se espera, agora, são ajustes para que a bola possa chegar qualificada ao ataque.
Tem-se visto intensidade, bola rondando a área adversária, mas ainda sem processo de construção aceitável, até porque o time carece de um organizador.
Por isso o esboço de jogadas ofensivas tem sido pelas beiradas do campo, com avanços de laterais, tentativas de triangulação, mas aí constata-se a falta de criatividade para que chances de gols sejam criadas.
Mesmo nas vitórias, raríssimas vezes goleiros de equipes adversárias foram exigidos.
Cabe aguardar, então, qual será a engenharia a ser proposta por Dos Anjos, para ajustes no ataque.
Que isso seja feito com certa urgência, pois o homem pra enfiar a bola às redes adversária está lá: Lucca.
CONTENTE
Dos Anjos não escondeu o contentamento ao não perder para o Guarani.
“Ninguém passa e não vai passar em cima da Ponte Preta”, avisou, classificando a melhora de rendimento à intensidade física de sua equipe.
E foi além até com exagero: “Hoje temos uma solidez defensiva”.
A empolgação na fala implicou em classificar o estilo de jogo do Guarani equivocadamente.
“A gente se preparou para o estilo deles (Guarani) de muita ligação direta para o Nicolas ganhar a primeira bola e ajeitar. Não deixamos que dessem continuidade”.
Na prática, o estilo do time bugrino não é rifar bola, mas em se tratando de dérbi o lema é ‘bola pro mato porque o jogo é de campeonato’.
JEAN CARLOS
Por fim, Dos Anjos rasgou elogios para o seu lateral-esquerdo Jean Carlos, mas na prática a proposta dele de duplicar a marcação no setor favoreceu o seu jogador, que com a bola nos pés tem recursos, mas se complica quando a obrigação é marcar.
Por isso, já foi citado aqui que o melhor aproveitamento dele seria integrar um formato com três volantes ou usado como quarto homem de meio de campo.