Na final da 'Sula', Rogério Ceni destaca esforço do São Paulo em 'ano muito puxado'

"O que fez a equipe chegar foi o esforço dos atletas, em um ano muito puxado, com três competições"

Rogério Ceni, técnico do São Paulo
Rogério Ceni, técnico do São Paulo. (Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc)

São Paulo, SP, 01 – O São Paulo busca encerrar um jejum de dez anos sem um título relevante e retornar de vez à disputa das principais taças do continente. Uma década após conquistar a Copa Sul-Americana, a equipe tricolor agora volta à final, diante do Independiente Del Valle, do Equador, para voltar ao caminho das glórias. Após uma fase de grupos em que saiu invicto, o time de Rogério Ceni goleou o Universidad Católica nos dois confrontos nas oitavas de final e bateu Ceará e Atlético-GO de forma sofrida, nas cobranças de pênalti, para alcançar a final. O duelo será neste sábado, às 17h, no estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba, na Argentina.

Este poderá ser o primeiro título de Ceni como técnico do São Paulo, após levantar troféus com Flamengo e Fortaleza, e ter fracassado em sua primeira passagem no Morumbi como treinador. Ele também estava no time que conquistou a taça da Sul-Americana há uma década contra o Tigres, da Argentina, e lidera a equipe, desta vez, à beira do campo.

“Fico feliz por voltar à decisão desta competição como treinador. O que fez a equipe chegar foi o esforço dos atletas, em um ano muito puxado, com três competições. Fizemos todos os jogos possíveis no ano e chegar à decisão em ano que se mostrou bem complicado, é a coisa mais importante”, disse.

Após ter a pior campanha no Brasileirão de pontos corridos no ano passado, o São Paulo quis virar a página em 2022. O time conviveu com muitas oscilações ao longo de 2022. Chegou a vencer o Palmeiras por 3 a 1 no jogo de ida da final do Paulistão e ficou perto da taça, mas foi goleado na volta por 4 a 0 e ficou com o vice-campeonato.

Se na Copa do Brasil, eliminou o rival alviverde nas oitavas de final e avançou até a semifinal quando foi derrotado por um forte Flamengo, no Brasileirão os vários tropeços custaram pontos importantes, tanto dentro como fora de casa. O time tricolor é capaz de apresentar atuações eficientes, mas também teve desempenhos aquém do esperado, que suscitaram muitas cobranças. O cenário de “montanha russa” não afetou a aprovação da diretoria em relação ao trabalho de Ceni, que teve seu contrato renovado para 2023, ainda em julho.

Ofensivamente, o São Paulo demonstra força nos cruzamentos e também na bola parada. Dos 103 gols marcados, 30 foram em cruzamentos, sendo 15 para cada lado. A bola parada também se mostrou um ponto forte da equipe: foram 14 gols de pênalti, 13 de escanteio e três em cobranças de falta à área. Mesmo sem tanto prestígio com parte da torcida, os laterais contribuíram com 25 assistências. Só Reinaldo deu nove passes para gol. Calleri é um dos principais nomes do São Paulo em 2022, com 21 gols marcados, e pode trilhar o caminho da idolatria do clube caso conquiste o título. Ao longo do ano, se destacou pelo faro de gol artilheiro e teve atuações decisivas.

Adversário da final, o Independiente Del Valle foi eliminado da fase de grupos da Copa Libertadores ocupando a terceira posição, na chave com Atlético-MG, Tolima e América-MG, entrou na Copa Sul-Americana a partir das oitavas de final. A equipe equatoriana está invicta na competição, com cinco vitórias e um empate na fase mata-mata. Recentemente, o time foi eliminado na Copa do Equador, mas vem de uma vitória por 1 a 0 sobre o Macará pelo Campeonato Equatoriano, em que ocupa a vice-liderança da competição, com sete vitórias, dois empates e três derrotas. Júnior Sornoza, ex-Fluminense e Corinthians, é o camisa 10 da equipe e lidera o meio-campo.

O São Paulo ficou longe de disputar o protagonismo do futebol sul-americano nos últimos dez anos, ficando à sombra dos rivais, que conquistaram taças nacionais e continentais no período. Uma vitória sobre o Del Valle, neste sábado, pode representar o começo da volta do clube ao lugar em que não deveria ter saído.