MPF suspeita que Nuzman ganhou passaporte russo em troca de voto para Sochi-2014
A informação sobre a suposta troca que teria rendido o passaporte estrangeiro constaria de depoimento do atleta brasileiro Eric
A informação sobre a suposta troca que teria rendido o passaporte estrangeiro constaria de depoimento do atleta brasileiro Eric
Brasília, DF, 06 – O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, tenha obtido nacionalidade russa em troca de votar a favor da cidade russa de Sotchi para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. A Polícia Federal (PF) encontrou um passaporte russo em nome do dirigente esportivo na ação de busca e apreensão que fez na casa dele, na manhã desta terça-feira, na Operação Unfair Play.
A informação sobre a suposta troca que teria rendido a Nuzman o passaporte estrangeiro constaria de depoimento do atleta brasileiro Eric Maleson, o primeiro do País na modalidade olímpica de bobsled, ao Ministério Público Financeiro Francês. De acordo com o MPF, “essa nacionalidade russa devia lhe permitir esperar escapar da Justiça brasileira se fosse necessário”. Por isso, todos os passaportes de Nuzman foram apreendidos na operação desta terça.
Maleson, que é fundador e ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, também relatou ao órgão francês que teria ocorrido fraude na votação dos países africanos para a escolha da cidade.
O procurador nacional adjunto financeiro da França, Jean-Yves Lourgouilloux, confirmou que Eric procurou autoridades francesas por “livre e espontânea vontade”. “Ele foi ouvido como testemunha, não posso entrar em mais detalhes do que aconteceu. Os elementos que ele forneceu terão que ser verificados”, disse o francês.
Em julho de 2009, Eric Maleson também informou às autoridades brasileiras, por meio de carta rogatória, que a delegação brasileira, composta por Carlos Nuzman e Ruy Cesar Miranda Reis, se dirigiu à Nigéria para apresentar o Rio de Janeiro aos países africanos. Posteriormente, Reis teria pago uma quantia para garantir a votação pela cidade fluminense.
A reportagem do Estado não conseguiu localizar a defesa de Reis, para comentar a acusação. /COLABOROU FÁBIO GRELLET