Monte Azul de pai para filho: A história de uma vida de Azulão

Conheça a história de Rafael Carvalho, o Nan, apaixonado torcedor do Azulão!

A final da Copa Paulista se aproxima para Monte Azul e Votuporanguense

Monte Azul
Rafael Carvalho, torcedor do Monte Azul. (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

Por Filipe Saochuk

Monte Azul Paulista, SP, 03 (AFI) – A final da Copa Paulista se aproxima para Monte Azul e Votuporanguense. Vivendo a expectativa da grande decisão, atletas e comissões técnicas aguardam ansiosamente pelo apito inicial neste sábado. Porém, ninguém vive mais este momento do que aqueles personagens que não entram em campo: o torcedor.

Desta vez, a reportagem do Futebol Interior conversou com um grande apaixonado pelo Monte Azul, que contou sobre a sua relação com o clube e revelou diversas e histórias, em um amor que foi passado de pai para filho. Conheça a história de Rafael Carvalho, o Nan, torcedor do Azulão!

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UMA PAIXÃO HEREDITÁRIA

Rafael tem 32 anos, e revelou que foi praticamente ‘criado’ nas dependências do estádio Otacília Patrício Arroyo, hoje também nomeado de Arena PixBet. Quando era pequeno, seu pai trabalhava no bar do estádio, e ele estava sempre junto. Torcedor fanático do Monte Azul, Nan, como é apelidado, contou que também tem um carinho especial por um gigante do estado.

“Meu pai sempre trabalhou no bar do clube, antigamente o bar era de amigos e ele fazia parte. Vou ao estádio desde que me conheço por gente [risos]. Sou torcedor do Azulão, mas fora de Monte Azul Paulista, também torço para o Santos”, revelou.

O ‘Seu José’, conhecido como Vé, foi o grande responsável pelo clube se tornar verdadeiramente parte da família. Rafael explicou que em uma certa época, os donos do bar seguiram caminhos diferentes, o estabelecimento foi passado para o seu pai, também torcedor do clube, e ele, seus irmãos e sua mãe, também ajudavam o Seu José a tocar o negócio.

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‘Seu José’, pai de Rafael, com a camisa do Monte Azul. (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

Contagiado pelo ambiente dos jogos do Monte Azul, quando ainda era um menino, Rafael se tornou parte da Torcida Guerrilha Azul. Em 2024, completou 22 anos como membro da torcida organizada do Azulão.

“Tenho 22 anos de torcida Guerrilha Azul. Fui presidente por muitos anos e, hoje, ainda faço parte da diretoria da torcida. Pensei em me afastar por conta dos horários dos jogos e por ser uma responsabilidade muito grande, além da correria imensa, mas a diretoria da Guerrilha, na verdade, me convocou para continuar e não tinha como dizer não. Estou até hoje. O trabalho de todos da torcida foi fundamental para essa conquista; somos o 12º jogador”, contou.

Até hoje, Rafael e José vão juntos ao Otacília Patrício Arroyo assistir aos jogos da equipe. E apesar de uma história bastante longa, revelou que não possui muitas camisas em sua coleção por uma razão especial.

“Vamos sempre juntos assistir aos jogos do Azulão. E quanto à minha coleção, não tenho muitas camisas, pois sempre gosto de presentear meus parentes de São Paulo e alguns amigos de fora, mas já ganhei bastante e tenho algumas para usar, principalmente da torcida”, relembrou Nan.

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Torcida Guerrilha Azul, do Monte Azul, na Arena PixBet. (Foto: José Eduardo Arroyo/Jornal A Comarca)

A torcida de Rafael, no entanto, não se limita às partidas disputadas na cidade. Com muitas viagens na bagagem, destacou duas que marcaram a sua história.

“Tenho muitas histórias de viagens, pois fui a muitos lugares, mas duas ficaram na memória: em Guarulhos, 2009, quando subimos para a Série A1, e em Porto Feliz, 2019, que foi o acesso da Série A3 para a A2. Além de sentir a emoção do time voltando para a Série A2, eu era presidente da torcida. Foi emocionante ver o Marcelo Cardoso (presidente do clube) tendo uma conquista dessa. Ele é meu amigo irmão”, celebrou o torcedor.

QUANDO O DIA CHEGOU, NÃO DEU PARA CONTER A EMOÇÃO

Demoraram mais de 100 anos desde sua fundação, mas pela primeira vez, o AMA participará de uma competição nacional em 2025 ao chegar na final da Copa Paulista, seja a Série D, ou a Copa do Brasil. Nan descreveu a emoção que sentiu com a classificação sobre o União São João, mas por uma ironia do destino, não pôde estar presente nesta partida.

“Por incrível que pareça, eu não pude comparecer a esse jogo. Trabalho em um banco financeiro, e ele estava participando de um feirão, então fui trabalhar. Mas fiquei acompanhando pelo celular e pelo notebook do meu patrão. Fato curioso e engraçado foi que, na hora do gol, algumas pessoas estavam finalizando o financiamento e eu gritei “gol!” tão alto que todos olharam rapidamente para ver o que estava acontecendo”.

“Foi uma emoção. Nos últimos minutos, confesso que sofri um pouco sozinho, afastado do feirão, mas, na hora do apito final, caíram lágrimas rapidamente, seguidas de sorrisos e alegria, uma missão cumprida. A nossa diretoria da Guerrilha Azul merecia isso, merecia vivenciar esse momento. Nossos apoiadores e os torcedores mais jovens também. Tivemos um começo de ano difícil, mas essa camisa, esse clube renasce das cinzas e volta ao topo novamente. Eles precisavam vivenciar isso e saber disso”, declarou.

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Jogadores do Monte Azul celebram classificação contra o União São João com a torcida em Araraquara. (Foto: Jota Arnaldo/RP FOTOPRESS)

Na Série A2 do Paulistão deste ano, o Monte Azul foi rebaixado para a Série A3 estadual. Rafael confessou que sentiu muita tristeza, e se preocupou com o futuro do clube por não ter certeza de como seria o comportamento da SAF que comanda o futebol. Depois disso tudo, o Azulão jogará uma final, e dessa vez, com pai e filho na arquibancada.

“Vivemos dias difíceis no começo do ano, muita gente contra. O meu medo, particularmente, era que a SAF nos abandonasse e deixasse o Marcelo Cardoso na mão, mas a SAF mostrou o quanto é séria e continuou o trabalho. Logo, foi presenteada com uma final e uma vaga em uma competição nacional. Eles foram sérios, mas a camisa aqui ajudou. Como eu sempre digo a todos, a cidade é pequena, mas o clube é gigante!”.

“E desta vez, iremos ao estádio sim!”, finalizou Rafael.

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Rafael Carvalho com a camisa da torcida Guerrilha Azul. (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

MONTE AZUL É FINALISTA DA COPA PAULISTA

A final deste ano da Copa Paulista se inicia já no próximo sábado. A primeira partida será disputada na Arena Plínio Marin, casa da Votuporanguense, às 15h. O duelo de volta com mando do Azulão está marcado para o dia 12 de outubro, também às 15h, porém, o palco do jogo ainda não foi definido.