Moacir Cachorro, de goleiro à vereança

Moacir Cachorro, de goleiro à vereança

Moacir Cachorro, de goleiro à vereança

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Costumes no futebol são outros. Um deles a drástica redução de apelidos para jogadores, contrastando com o cenário de outrora, com a prevalecimento deles.

Hoje já não se vê os Zicos, Bananas, Zequinhas e Picolés. As opções básicas são nomes compostos.

Imaginem se hoje um atleta permitiria ser identificado publicamente por Cachorro, em nome composto! Pois isso ocorreu com o então goleiro Moacir Cachorro na década de 70, quando revelado pela base da Ponte Preta.

Por que Moacir Cachorro? Cara de cachorro buldoguinho. Logo, o apelido foi inevitável.

Ele assumiu a titularidade da meta pontepretana em substituição a Waldir Peres, cujo passe foi negociado com o São Paulo em 1973.

Na época, a Ponte Preta produzia bons goleiros. Wilson Quiqueto, por exemplo, foi campeão da divisão de acesso paulista em 1969. Logo, os frutos da regularidade foram colhidos com transferência ao Santos, inicialmente na reserva do argentino Cejas.

O ex-técnico Ilzo Nery descobriu na cidade de Garça o goleiro Waldir Peres, trazendo-a para a Ponte Preta.

Após estágio como reserva em 1971, Waldir foi absoluto no biênio seguinte.

Moacir foi o sucessor, mas chegou a perder a posição para Carlos Roberto Gallo, o Ganso, porém a recuperou até que a Portuguesa veio buscá-lo em 1976.

A rigor, nem haveria motivos para que o saudoso presidente da Ponte, Sérgio José Abdalla, colocasse objeção no negócio, visto que o vinhedense Carlos, igualmente revelado na base, era incomparavelmente melhor.

LUSA

Moacir Cachorro ficou na Lusa até 1984, com trajetória descendente em clubes de menor expressão, até encerrar a carreira em 1992, no Uberlândia.

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Depois disso foi preparador de goleiros no Japão e Arábia Saudita, acompanhando o ex-zagueiro Oscar Bernardi, até que se radicou novamente em Mogi Mirim, cidade da adolescência, após ter saído de São João da Boa Vista.

Restou, portanto, lembrança dos tempos de atleta quando fazia uso de joelheira e camisa manga comprida incrementada de acolchoado peitoral e cotoveleira. Tudo para saltos na camada de areia fina espalhada na pequena área, presumindo-se menor impacto na queda.

Desde 2008, o fardamento dele é terno e gravata na Câmara de Vereadores de Mogi Mirim, como ocupante de uma cadeira daquele legislativo, identificado como Moacir Genuário, que em setembro vai completar 63 anos de idade