Miranda, campeão brasileiro pelo Guarani

Hoje, o ex-lateral-esquerdo mora em Contagem, Minas Gerais

Miranda, campeão brasileiro pelo Guarani

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Neste período de vacas magras do Guarani, enfrentando uma terceira divisão do futebol nacional e segunda divisão paulista, seu torcedor se apega na conquista do título inédito do Campeonato Brasileiro em 1978.

Eis os heróis da época: Neneca; Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Zenon; Capitão, Careca e Bozó, coordenados pelo treinador Carlos Alberto Silva e professor Hélio Máfia na preparação física.

Aquele time titular só não contou com Zenon, suspenso, na segunda e decisiva partida no Estádio Brinco de Ouro, com repetição de vitória bugrina por 1 a 0, gol do atacante Careca.

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Na ocasião ele cedeu lugar para o meio-campista Manguinha, mas na primeira partida da final foi ele quem converteu o pênalti que deu a vitória ao Guarani, no Estádio do Morumbi, para um público superior a 100 mil pagantes.

Apitou aquele jogo o hoje comentarista de arbitragem Arnaldo César Coelho, que expulsou o goleiro Leão ao desferir cabeçada em Careca, após ter sido provocado.

O Palmeiras, treinado pelo finado Jorge Vieira, tinha como time base Leão (Gilmar); Rosemiro, Marinho (Beto Fuscão), Alfredo Mostarda e Pedrinho; Ivo (Jair Gonçalves), Toninho Vanusa e Jorge Mendonça; Sílvio, Toninho (Escurinho) e Nei.

De certo muito dos bugrinos que se digladiam com pontepretanos nas redes sociais evocam este título histórico como justificativa da grandeza do clube, e ironicamente usam o bordão de ‘nunca serão’ para provocar os eternos rivais, hoje na elite do futebol brasileiro.

E quando se recorda daquele time, obrigatoriamente tem-se que destacar o lateral-esquerdo Miranda. Além da boa condição técnica e segurança na marcação, ele tinha a particularidade de desanuviar o ambiente nos momentos desconfortantes com o seu estilo sarcástico. Não havia quem escapasse de suas ‘sacadas’.

Miranda, primeiro de pé à esquerda, ao lado de Zé Carlos, Mauro (falecido), Neneca, Edson e Gomes. Agachados: Capitão, Renato, Careca, Zenon e Bozó.

Miranda, primeiro de pé à esquerda, ao lado de Zé Carlos, Mauro (falecido), Neneca, Edson e Gomes. Agachados: Capitão, Renato, Careca, Zenon e Bozó.

Talvez a maioria desconheça dois aspectos ligados ao jogador. Seu nome é Donizete Manuel Onofre e a identificação como Miranda se deu porque foi trazido para treinar no juvenil do Guarani pelo irmão Miranda, que havia passado pelo clube na década de 60, e depois transferiu-se para Corinthians, Fluminense e Botafogo (RJ).

O Miranda de 1978 era originariamente ponta-direita, e por circunstâncias o treinador Paulo Emílio o improvisou na lateral-direita. Como ele se encaixou tão bem à função, e posteriormente teve que ceder a vaga ao titular Mauro, o jeito foi o remanejamento à lateral-esquerda.

A passagem de Miranda pelo Galo mineiro, a partir de 1983, foi marcada pela conquista do hexa estadual já na primeira temporada, num time formado por João Leite; Nelinho, Oliveira, Luizinho e Miranda; Toninho Oliveira, Heleno e Marcus Vinícius; Catatau, Reinaldo e Éder.

Na sequência, Miranda jogou na Lusa, Avaí, Atlético Paranaense e União de Mogi das Cruzes.

Hoje, Miranda está radicado em Contagem, Minas Gerais.