Mercado informal também lucra com a Copa no Catar

Enquanto os produtos oficiais se impõem em todas as prateleiras FIFA e saem na mesma velocidade dos grandes atacantes, o comércio paralelo cresce e mostra sua força no país da Copa.

Estas lojas atraem os turistas, bonés ou camisetas com o nome do país sede, trajes típicos do Catar, chaveiros, canetas, bolsas, etc

Lojas de Comércio no Catar
Comércio Popular também fatura na Copa. Foto: Luciano Luiz

Por LUCIANO LUIZ –
enviado Especial – FUTEBOL INTERIOR


Doha, Catar, 26 (AFI) – Copa no Catar em alta com comércio popular. E quando cito produtos paralelos eu não estou querendo insinuar pirataria, mas sim aqueles que conquistam seu espaço em uma escala de onda, como por exemplo as bandeiras de países do oriente médio. Elas atraem os turistas, bonés ou camisetas com o nome do país sede, trajes típicos do Catar, chaveiros, canetas, bolsas, etc.

Existe uma fiscalização muito grande sobre produtos que remetam ao mundial ou mesmo venham a ter qualquer linha em dizeres utilizados pela FIFA. Mas fugindo disso, a organização não tem nem direito e muito menos controle sobre essa estratégia de comercialização local.

AÇÕES PARECIDAS
Vejo ações semelhantes a várias edições de Copa do Mundo e tudo é muito simples dentro da complexidade que envolve o caderno de direitos da FIFA. No Brasil por exemplo, qualquer bandana nas cores verde e amarelo remetem a seleção brasileira e isso, às vezes, já funciona como lembrança ou mesmo presente para se levar do país sede. Assim, a economia se equilibra dentro dos mais diversos cenários e para todos os públicos.

A informalidade no Brasil alcançou a marca de quase 40% dos trabalhadores e esses números estão em ascensão também no Oriente Médio. Isso porque o empreendedorismo gera produtividade mais rápida e acolhe muitas vezes a mão de obra não tão qualificada, mas que precisa se manter na cadeia produtiva.

Estive em um pequeno mercado, daqueles de bairro como falamos no Brasil, e notei que dentro dele, além de produtos normais de um estabelecimento neste segmento, tinha um segundo piso com outra linha de comércio. Eram produtos eletrônicos, enfeites, calçados e roupas, além de uma seção para turistas que tinha bonés, trajes típicos e camisetas dos países participantes no Mundial.

VENDA RECORDE
Assirih, responsável pelo local, me confidenciou que já tinha sido vendido somente nos últimos dez dias, mais de dois mil bonés, número que ele jamais registrou nada próximo.

“Vendemos na última semana mais do que todo o período que eu trabalho neste local. Abrimos esse comércio em dezembro de 2019 e nunca vi tanta gente levar produtos do nosso país. Seria ótimo se tivéssemos uma Copa do Mundo por ano”, declarou.

A FIFA tem trabalhado muito nos últimos anos para que os direitos de seus parceiros oficiais sejam respeitados. Mas pelo período que trabalhei diretamente com eles na organização da Copa do Mundo no Brasil, aprendi que esse tipo de comércio não os incomoda, muito pelo contrário, ele é importante para justificar as contra partidas ao país sede.

A maior preocupação deles está nas grandes marcas concorrentes das oficiais, que buscam o tal do ‘marketing de emboscada’ com ações alusivas ao mundial.

Enfim, que todos ganhem, inclusive a nossa seleção brasileira….Segue !!!

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