BLOG DO ARI

Campinas, SP, 15 (AFI) – Se ainda fosse comentarista de rádio, e estivesse trabalhando no jogo Guarani x Santo André, diria, nos primeiros 15 minutos, que o treinador Márcio Fernandes, do Ramalhão, estava louco ao subestimar o Guarani e planejar a sua equipe pra jogar de igual por igual com o mandante, na noite desta quinta-feira, em Campinas.

E durante o intervalo, com a vantagem bugrina por 2 a 0, certamente reforçaria críticas a Márcio Fernandes, justificando que uma equipe com defesa fraca, que falhou nos lances que originaram os dois gols bugrinos, teria mais é que jogar fechadinha para evitar a derrota, até porque girava a bola até as proximidades da área adversária, mas daí pra frente não prosperava.

Pois é, eu queimaria a língua por desconsiderar que o time do Guarani de hoje não é lá essas coisas, não transmite confiança.

Fernandes analisou criteriosamente o time bugrino em jogos anteriores, e, apesar dos parcos recursos em seu elenco, projetou que seria possível fazer jogo no estilo ‘pau a pau’, como se dizia no passado.

GUARANI SE ACOVARDA

E não é que Fernandes estava certo.

O Guarani se acovardou com a vantagem de 2 a 0, imaginou administrá-la dando chutões, para se desfazer de eventuais situações perigosas, na expectativa que o tempo passasse e sairia aliviado da incômoda situação que encontra no Paulistão.

Pois o Santo André, perdido de dois e perdido por mil, com objetivo de insistir para reverter a vantagem bugrina, foi pra cima durante todo o segundo tempo, dominou totalmente a partida, e fez por merecer o empate por 2 a 2.

Quem diria que o lanterna deste Paulistão, caso do Santo André, que em oito jogos não conquistou uma vitória sequer, subestimasse o futebol do Guarani? Nos primeiros 20 minutos, Guarani e Santo André se alternaram em jogadas ofensivas, e a trave esquerda salvou a equipe do ABC em finalização do zagueiro Léo Santos.

Aí, três minutos depois, o árbitro Matheus Delgado marcou corretamente pênalti sobre o atacante Pablo Thomaz, do Guarani, praticado pelo zagueiro João Victor, após cochilo no início da jogada, através de Afonso.

O próprio Pablo Tomaz se encarregou da cobrança e colocou a bola no canto direito do goleiro Luiz Daniel.

Aos 37 minutos, o meia-atacante Régis – escalado como falso nove do Guarani – desarmou o zagueiro João Victor e empurrou a bola para a rede: 2 a 0.

REAÇÃO

Paradoxalmente, só deu Santo André durante o segundo tempo.

E aquele maior volume ofensivo de jogo resultou em cruzamento do atacante de beirada Richard. E quando Marciel surgiu para finalizar, sofreu falta do zagueiro Léo Santos, em lance revisado pelo VAR e que o árbitro confirmou pênalti, convertido pelo atacante Lohan, aos 34 minutos.

Como o Santo André acreditou que pudesse buscar o empate, ele ocorreu em jogada pessoal do volante Wellington Reis, que escapou inicialmente do volante Matheus Bueno, e outro zagueiro bugrino (Léo Santos?), antes do toque rasteiro, no canto direito do goleiro Wladimir, aos 44 minutos.

MAYK

O maior volume de jogo do Santo André durante o segundo tempo teve muito a ver com perfeita observação do seu treinador Márcio Fernandes para que o seu time explorasse as falhas na marcação do lateral-esquerdo bugrino Hélder, principalmente ao colocar o atacante Ronald para atuar por ali.

A cartolada do Guarani precisa ser cobrada pela desinformação ao buscar um lateral-esquerdo reserva no Criciúma, caso de Hélder. Se ele tem lá as suas limitações, por que se desfazer do então titular Mayk, que foi para o Grêmio?

Cartolas deveriam divulgar valores sim do negócio, mas não divulgam.

Então, mesmo que tenha sido uma boa proposta, não seria possível segurar o jogador pelo menos por mais quatro jogos, até o final da primeira fase do Paulistão?

E aí, senhores cartolas. Expliquem aí esta situação.
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OUTRAS COLUNAS

Na coluna de áudio Memórias do Futebol o focalizado é o ex-lateral-esquerdo Gilberto Sorriso, que atuou por São Paulo e Santos no século passado.

No mesmo link https://blogdoari.futebolinterior.com.br/, a coluna Cadê Você enfoca grandes públicos em jogos de Ponte Preta e Guarani no final da década de 70, do século passado.