Maior medalhista do Brasil, Daniel Dias disputa a última prova em Paralimpíadas

Aos 33 anos, com 27 medalhas paralímpicas, sendo 14 de ouro, sete de prata e seis de bronze, o nadador é o maior medalhista brasileiro em Paralimpíadas

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Ao todo, Daniel ganhou 27 medalhas em Paralimpíadas

Campinas, SP, 31 – Quando entrar na água para disputar a eliminatória dos 50 metros livres da classe S5 (atletas com braços ou pernas amputados ou não funcionais), às 22h34 desta terça-feira, pelo horário de Brasília, Daniel Dias estará em sua última prova paralímpica. Ele anunciou desde janeiro que os Jogos Paralímpicos de Tóquio marcam a despedida de sua brilhante carreira.

Aos 33 anos, com 27 medalhas paralímpicas, sendo 14 de ouro, sete de prata e seis de bronze, o nadador é o maior medalhista brasileiro em Paralimpíadas, além de ter conquistado dezenas de medalhas em Campeonatos Mundiais e Jogos Parapan-Americanos.

Em Tóquio, Daniel aumentou a coleção de medalhas com mais três bronzes: nos 100m livre S5, nos 200m livre S5 e no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos, que junta atletas de classes diferentes, mas cuja soma numérica tem que ser 20. Além disso, disputou as finais e acabou sem medalha em mais duas provas: foi sexto no 50m peito da classe S5 e quinto nos 50m costas S5.

No último ciclo olímpico, a natação passou por uma reclassificação e atletas que antes eram da S6 acabaram “caindo” para a S5. Dessa forma, Daniel teve que entrar em disputas contra competidores com deficiências menos severas, que dominaram as provas com grande vantagem para quem já era da S5.

Em Tóquio, Daniel demonstrou algumas vezes que isso o fez duvidar se conseguiria mais conquistas. Após alcançar segunda medalha de bronze em Tóquio, Dias disse ao SporTV ter tirado um peso das costas com a conquista da primeira. “As coisas estão fluindo”, alegrou-se.

Com a carreira prestes a ser encerrada, Daniel pode ter certeza de que inspirou muitos outros a se tornarem nadadores. Ele mesmo começou no esporte dessa maneira: com má-formação congênita nos membros superiores e na perna direita, começou a competir em 2006, inspirado em Clodoaldo Silva, e bateu todos os recordes possíveis.

“Sou muito grato pela natação. Jamais imaginei chegar aonde cheguei. Se eu fosse escrever, lá quando eu comecei, há 16 anos, tudo que eu conquistei, eu jamais iria conseguir escrever isso. Não seria tão perfeito como foi”, afirmou, ao anunciar a aposentadoria, em janeiro.

Fora das piscinas, Daniel deve se dedicar mais ao Instituto Daniel Dias, criado em 2014 para fomentar o esporte paralímpico brasileiro, e também à atuação nos bastidores do esporte – ele é membro da Assembleia Geral do Comitê Paralímpico Brasileiro e na Comissão Nacional de Atletas.

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