LUTO: Morre Vanderlei Paiva, ex-Ponte Preta e campeão brasileiro pelo Atlético-MG em 1971
Campeão brasileiro com o Atlético Mineiro, em 1971, e capitão do time histórico da Ponte Preta de 1977. Ele tinha 77 anos e tratava de um câncer na próstata.
Campeão e recordista como jogador de linha pelo Galo, com 559 jogos disputados, Paiva jogou ao lado de grandes craques em 1971
Campinas, SP, 27 (AFI) – O futebol brasileiro está de luto. Morreu, nesta segunda-feira à noite, Vanderlei Paiva, um dos jogadores que sagrou-se campeão brasileiro com o Atlético Mineiro, em 1971, e até hoje é o ‘jogador de linha’ que mais vestiu a camisa do Galo, com 559 jogos, entre 1966 e 1976. Só perde para o goleiro João Leite, que entre 1976/1992 atuou 684 vezes. Além disso, o volante foi o capitão do time histórico da Ponte Preta, em 1977, vice-campeão paulista, e também esteve no vice-campeonato de 1979.
Ele tinha 77 anos, morava em Campinas (SP), e vinha tratando de um câncer na próstata. Ainda neste ano, em setembro, contou com a ajuda do Instituto Galo para cobrir as despesas com seu tratamento médico. As doações dos atleticanos alcançaram rapidamente a quantia necessária de R$ 84 mil, suficiente para 12 meses.
O velório e o sepultamento estão marcados para a tarde desta terça-feira, em Três Corações, no Sul de Minas Gerais, onde nasceu e faleceu.
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CAMPEÃO BRASILEIRO
Vanderlei tinha 26 anos quando sagrou-se campeão nacional pelo Galo Mineiro, então dirigido por Telê Santana em 1971. Paiva participou de todos os jogos desta campanha.
Quatro anos depois (1975) ele teve um desentendimento com a direção do clube e acabou emprestado ao América, de São José do Rio Preto. No ano seguinte (1976) ele chegou à Ponte Preta, onde participou um time mágico que fez frente ao Corinthians em três jogos decisivos pelo título paulista. Na época, o Corinthians brigava pelo título estadual durante 23 anos, passando por três décadas. Estes jogos pararam o Brasil.
DOIS TIMAÇOS
Vanderlei Paiva Monteiro nasceu no dia 7 de abril de 1946, em Três Corações, interior de Minas Gerais, na mesma cidade em que nasceu Pelé, o Rei do Futebol. O garoto vigoroso logo apareceu na divisão de base do Atlético-MG, foi campeão mineiro em 1970, e se tornou peça importante no time escalado por Telê Santana, com o artilheiro Dario, o Dadá ‘Peito de Aço’ no ataque.
O time base campeão brasileiro de 1971 era formado assim: Renato; Humberto Monteiro, Grapete, Vantuir e Oldair; Vanderlei e Humberto Ramos; Ronaldo, Lola (Spencer), Dario e Tião.
Vanderlei Paiva é o primeiro titular daquele time lendário da Ponte Preta de 1977 a morrer. A formação da Macaca era esta: Carlos; Jair Picerni, Oscar, Polozi e Odirlei; Vanderlei, Marco Aurélio e Dicá; Lúcio, Ruy Rei e Tuta. O técnico era Zé Duarte, que morreu em 2004.
Ainda com o tripé de meio-campo famoso formado por Vanderlei, Marco Aurélio e Dicá, a Ponte Preta foi vice-campeã paulista em 1979 ( Veja detalhes! ) , perdendo o título para o Corinthians, no início de 1980. O artilheiro daquele time era Dario Maravilha, por coincidência o seu companheiro de Atlético Mineiro em 1971.
Depois disso, Vanderlei ainda passou pelo Londrina, em 1980, onde conquistou a Taça de Prata (antiga Série B do Brasileiro) e pelo Palmeiras em 1981, encerrando em seguida a carreira no Comercial, de Ribeirão Preto.
COMO TÉCNICO
Paiva iniciou a carreira de técnico, em 1983, quando assumiu o Juventus-SP. Depois passou por CRAC de Catalão (GO), Ponte Preta, Roma Apucarana (PR), União São João, Corinthians-AL e encerrou a carreira em 2013, no CRAC.
O seu único título foi conquistado pelo CRAC de Catalão, campeão goiano de 2004 diante do Vila Nova. O CRAC perdeu o jogo de ida, no Serra Dourada em Goiânia (GO), por 2 a 1, mas venceu por 3 a 0, em casa no estádio Genervino da Fonseca, confirmando o título nos pênaltis, por 5 a 4. O técnico Vanderlei Paiva mandou a campo o CRAC com esta formação: Helder; Baiano, Cristiano, Cleiton Mineiro e Marcinho (Cleiton Goiano); Pedrinho, Celinho, Cacá e Guarú; Sandro Oliveira e Sandro Goiano.