Liverpool exige que ministra se desculpe após culpar torcedores por caos

"Seus comentários foram irresponsáveis, pouco profissionais e totalmente desrespeitosos" - Werner

O presidente do Liverpool, Tom Werner, se mostrou incomodado com posicionamento da França na final da Liga dos Campeões

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Liverpool foi vice na Liga dos Campeões (Foto: Divulgação / Liverpool FC)

Campinas, SP, 31 – O presidente do Liverpool, Tom Werner, se mostrou bastante incomodado com o posicionamento da França em culpar torcedores pela confusão na final da Liga dos Campeões, disputada em Paris. Em carta publicada no jornal Liverpool Echo, o dirigente exigiu um pedido de desculpas e uma garantia de que o caso continue sendo apurado com investigações “independentes e transparentes”.

A decisão, vencida pelo Real Madrid diante do Liverpool, ficou marcada pelas cenas de caos na entrada do Stade de France, antes de a bola rolar. Muitos torcedores foram barrados na porta, por estarem supostamente portando ingressos falsos, e algumas dezenas pularam as grades de acesso. Em certo momento, agentes de segurança intervieram e usaram gás de pimenta, atingindo até mesmo crianças na multidão.

Em pronunciamento na segunda-feira, a ministra de Esportes da França, Amelie Oudea-Castera, disse que a confusão foi causada por torcedores britânicos sem ingressos ou com ingressos falsos. Já Gerald Darmanin, ministro do Interior francês, afirmou ter sido identificada uma “fraude de ingressos de nível industrial”. Segundo ele, 70% das pessoas que tentaram entrar no estádio tinham bilhetes falsos.

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Festa dos torcedores do Liverpool (Foto: Divulgação / Liverpool DC)

PRONUNCIAMENTOS

A carta redigida por Werner foi destinada especificamente a Oudea-Castera. No texto, ele se diz decepcionado com a postura da ministra, a qual considera irresponsável, e conta que recebeu relatos chocantes de torcedores do Liverpool sobre a experiência vivida em Paris durante o final de semana.

“Recebi inúmeros e-mails de torcedores do Liverpool que estavam morrendo de medo e sujeitos a assédio policial, spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Além disso, a situação não melhorou no final da noite, com muitos torcedores roubados e atacados por gangues… Uma pessoa disse que estava “presa contra os portões, ninguém estava se movendo e ninguém do outro lado dos portões estava se comunicando”. Esses fãs foram tratados como gado”, escreveu Werner.

“Seus comentários foram irresponsáveis, pouco profissionais e totalmente desrespeitosos com os milhares de fãs prejudicados física e emocionalmente. A final da Liga dos Campeões deveria ser um dos melhores espetáculos do esporte mundial e, em vez disso, se transformou em um dos piores colapsos de segurança. Em nome de todos os adeptos que viveram este pesadelo, exijo um pedido de desculpas e a garantia de que as autoridades francesas e a UEFA permitam investigação independente e transparente”, pontuou na parte final do texto, referindo-se a Oudea-Castera.

INVESTIGAÇÕES

A UEFA encomendou um inquérito independente para apurar o que, de fato, aconteceu no Stade de France. Oudea-Castera, por sua vez, prometeu um relatório das autoridades francesas em um prazo de dez dias. Um dos focos principais da investigação será a afirmação de Gerald Darmanin sobre a grande fraude de ingressos.

Segundo a agência de notícias Associated Press, foram colhidos relatos de pessoas que compraram entradas por canais legítimos e foram barrados no portão. Além disso, é apurada a possibilidade de que alguns scanners estivessem com defeito, incapazes de validarem bilhetes originais.

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