Lembrete: atacante tem que marcar zagueiro adversário na bola parada defensiva

Os zagueiros já marcam os atacantes e quem fica com os zagueiros adversários? É preciso treinar a marcação.

Responsabilidade não deve ficar só com os zagueiros, mas com todos os jogadores

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Há uma perversa mania de se colocar culpa em jogadores de defesas nos gols sofridos pelos seus clubes, independentemente das circunstâncias.

Isso é geral: aqui e acolá.

São conceitos originários da mídia e absorvidos pelos torcedores, como se décadas pra cá muita coisa não tivesse mudado.

Houve tempo em que nas cobranças de escanteios ou faltas para um determinado time – quando é praxe zagueiros avançarem à área adversária para o cabeceio -, treinadores oponentes ordenarem aos centroavantes de suas equipes para que não recuassem, mirando eventuais contra-ataques e defesas ‘inimigas’ desguarnecidas.

Esse conceito ficou no passado. Da mesma forma que zagueiros marcam centroavantes, por que centroavantes não podem marcar zagueiros, quando eles avançam nas tais bolas paradas?

GUARANI

Disseram por aí que o Guarani não corrige o defeito de sofrer gols em cobranças de escanteios.

Calma, gente. Isso não é verdade neste Campeonato Brasileiro da Série B.

Ocorreu, sim, no Paulistão, mas na atual competição, em oito jogos, o time sofreu gols neste expediente apenas duas vezes: na derrota em Campinas para o Náutico por 3 a 1, quando o centroavante Kieza explorou rebote defensivo, e agora diante do Cruzeiro, quando muita gente quis atribuir culpa exclusiva a zagueiros.

Pera aí. Então zagueiros são obrigados a marcar atacantes e não desgrudar de zagueiros adversários que avançam para o cabeceio?

Vamos, então, restabelecer a ordem das coisas. Atacantes do Guarani – casos de Davó ou Bruno Sávio – teriam obrigação sim de disputar a bola pelo alto com o zagueiro Léo Santos do Cruzeiro, partícipe dos dois primeiros gols de sua equipe na quarta-feira.

Ah, mas o jogador cruzeirense é alto, de 1,97m de altura, podem justificar.

VELHA MANHA

Fosse assim, o saudoso quarto-zagueiro Eraldo, do Guarani dos anos 50 e 60, jamais vestiria a camisa da equipe, pois era o típico jogador de estatura mediana para a posição.

O diferencial de Eraldo é que tinha a ‘manha’ de fazer aquilo que a boleirada de várzea conhece muito bem: ‘malandramente’ saber estorvar o atacante.

Como? Um leve e insuspeito toque nas costas dele – sem a percepção da arbitragem – quando salta.

Aí o ‘caboclo’ se desequilibra no ar e perde a precisão no cabeceio.

DANIEL PAULISTA

Como na montagem do elenco bugrino não se considerou a necessidade da mesclagem de jogadores altos com os demais, agora cabe ao treinador Daniel Paulista criar alternativas para minimizar risco nas chamadas bolas paradas defensivas.

Ou se condiciona atacantes como marcadores para a empreitada, ou exige-se participação mais efetiva do goleiro Gabriel Mesquita na saída da meta, para intercepção do cruzamento.

Não dá, isso sim, pra botar a culpa em zagueiros, como se tivessem a obrigação de fazer tudo.

Portanto, há casos e casos que precisam ser diferenciados.