Leila Pereira proíbe trajes e acessórios da Mancha no Palmeiras após episódio de violência
A medida entrou em vigor na mesma semana em que a Mancha foi proibida de entrar nos estádios no Estado de São Paulo depois que membros da uniformizada participaram de emboscada na Fernão Dias, em Mairiporã, contra a Máfia Azul
Leila relatou a pessoas próximas que alguns associados "estão com medo" após o episódio violento em Mairiporã
São Paulo, SP, 02 – Leila Pereira modificou o código de vestimenta do Palmeiras. No clube social, passou a ser proibida, deste a última sexta-feira, a entrada de associados com trajes e acessórios da Mancha Alvi Verde e de quaisquer outras torcidas organizadas. A medida entrou em vigor na mesma semana em que a Mancha foi proibida de entrar nos estádios no Estado de São Paulo depois que membros da uniformizada participaram de emboscada na Fernão Dias, em Mairiporã, contra a Máfia Azul que resultou na morte de um torcedor do Cruzeiro.
Antes, associados não podiam usar camisetas de times sul-americanos e nacionais, apenas do Palmeiras. Agora, também estão proibido de circular nas dependências do clube com artigos de torcidas uniformizadas. O aviso sobre a nova diretriz foi posto na entrada do clube social, que fica em frente à loja da Mancha e do lado do Allianz Parque.
Questionado pela reportagem, o Palmeiras afirmou que trata-se de uma medida de segurança tomada pela presidente “em razão dos fatos ocorridos no último domingo envolvendo integrantes de torcidas organizadas e que estão sob investigação da polícia”. Os associados que fazem parte de organizadas não estão proibidos de frequentar o clube, só não podem fazê-lo vestindo roupas de uniformizadas.
O ataque ao ônibus da torcida do Cruzeiro fez a Justiça de São Paulo decretar a prisão de seis pessoas acusadas de estarem envolvidas no episódio, incluindo o presidente da Mancha, Jorge Luís Sampaio, e o vice-presidente, Felipe Matos dos Santos. Os seis seguem foragidos, mas a Polícia Civil prendeu um sétimo integrante da torcida, também acusado de participar da emboscada contra cruzeirenses na Fernão Dias.
Leila relatou a pessoas próximas que alguns associados “estão com medo” após o episódio violento em Mairiporã que viram por meio das dezenas de vídeos que circularam nas redes sociais e, por isso, procuraram a presidente para pedir que tomasse alguma medida. O Ministério Público também procurou o clube. Leila, então, decidiu adotar essa medida. “Baderneiros que fiquem do lado de fora do clube”, disse a associados próximos.
A presidente do Palmeiras tem, inclusive, uma medida protetiva contra três líderes da Mancha Alvi Verde desde setembro de 2023. A empresária alegou ter recebido ameaças em um protesto da uniformizada em frente à sede da Crefisa, uma de suas empresas, no ano passado, e foi à polícia e à Justiça.
Na ocasião, a Justiça determinou que Jorge Luis Sampaio Santos, presidente da Mancha, e os vice-presidentes Thiago Melo, o Pato Roko, e Felipe de Mattos, o Fezinho, ficam impedidos de ter contato com Leila e têm de manter distância de ao menos 100 metros da dirigente. Caso não respeitem a medida, podem ser presos preventivamente.
ROMPIMENTO MANCHA E LEILA
A Mancha era aliada de Leila até o início de 2022, quando a empresária, em seus primeiros meses na presidência do clube, desfez a relação após os primeiros protestos que enfrentou. O rompimento a fez pedir de volta R$ 200 mil que havia dado para o grupo levar torcedores para Abu Dabi no Mundial de Clubes.
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Assim que rompeu com a torcida, a presidente até alterou o nome de seu cachorro, que se chamava Mancha depois de anos bancando viagens da torcida e investindo na escola de samba.