Houve época em que treinadores de futebol evitavam constrangimento de críticas maciças de torcedores e espontaneamente pediam demissão.

Num período em que sequer se cogitava assinatura de contrato regido a multa, sabiamente o profissional antecipava eventual posição de diretoria de clube de desligamento.

O cenário hoje é diferente, pelo menos para o treinador Gilson Kleina, da Ponte Preta.

Embora observa-se postura quase unânime de torcedores do clube sugerindo que deixe o comando técnico, Kleina avisou em alto e bom tom que vai cumprir o contrato até o último dia (final do Campeonato Brasileiro), a menos que decidam pela sua saída.

O que leva Kleina a ter esse apego pelo cargo?

Seria convicção de que tem domínio da situação no elenco, e a qualquer momento pode revertê-la?

Seria a postura de um profissional ‘marrudo’ que absorve naturalmente essa avalanche de críticas, e seja o que Deus quiser?

MULTA

Como as coisas não são feitas as claras na Ponte Preta, não foi informado se há multa no contrato do treinador e o seu respectivo valor.

Isso nos remete a exercício de elucubração caso a pendência seja a multa. Na passagem anterior pelo Goiás, a multa emperrava o desligamento, conforme foi noticiado à época.

Como faltam pouco mais de dois meses para encerramento do Campeonato Brasileiro, não seria descartável a hipótese de se imaginar que a Ponte pode escapar do rebaixamento apesar de Kleina, e assim projetar um profissional para planejamento de 2018.

Cabe esse raciocínio porque cerca de oito equipes do Brasileirão estão na mesma situação que a Ponte, e tudo pode acontecer.

Igualmente não há garantia que mudança de treinador provoque certeza de permanência na elite do futebol brasileiro.

CONJUNTURAS

Enfim, são conjunturas. O ideal seria o próprio Kleina deixar de ser turrão e ouvir o clamor da massa pontepretana, demitindo-se espontaneamente.

Como ele descartou essa possibilidade e persiste a indecisão da diretoria sobre a permanência dele, que pelo menos tenha sorte de escapar do rebaixamento. É sabido que devido o alto índice de rejeição entre pontepretanos, certamente a possibilidade futura de regresso é mínima.