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ARIOVALDO IZAC

Júnior Rocha tem culpa sim, mas o que esperar do elenco mal montado do Guarani?

Guarani não vence há cinco jogos na Série B e amarga a lanterna da Série B. Fruto de um elenco mal montado e que vai sofrer na temporada.

Após a derrota para o Operário por 1 a 0, no Estádio Brinco de Ouro, a Rádio Bandeirantes Campinas cravou a saída do treinador

Guarani não vence há cinco rodadas (Foto: Raphael Silvestre/GuaraniFC)
Guarani não vence há cinco rodadas (Foto: Raphael Silvestre/GuaraniFC)

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Campinas, SP, 08 (AFI) – Quando o Guarani perdeu para a Chapecoense por 1 a 0, em Campinas, na segunda partida desta Série B do Brasileiro, o então treinador Claudinei Oliveira sequer foi para a entrevista coletiva pós-jogo, ocasião que o presidente do clube, André Marconatto, ocupou o espaço para fazer apenas um pronunciamento.

Após a derrota para o Operário por 1 a 0, na tarde/noite deste sábado, no Estádio Brinco de Ouro, a Rádio Bandeirantes Campinas cravou informação vazada da demissão do treinador Júnior Rocha, mas o profissional foi para a entrevista coletiva alegando desconhecer a citada informação. “Se soubesse nem estaria aqui”, foi a resposta na primeira pergunta.

Esse assunto terá desdobramento e aguarda-se pronunciamento da atual diretoria, quer para sustentá-lo no cargo, quer para confirmar a saída dele do clube.

POUCO MUDOU

Se é que se pode admitir alguma melhora de rendimento do Guarani, a partir dos 15 minutos do segundo tempo, quando teve mais posse de bola, isso se deve, em parte, ao ‘sonolento’ treinador do Operário Rafael Guanaes, que em vez de revigorar a marcação no meio de campo, foi trocar um centroavante por outro, com a saída de Daniel Lima para entrada de Ronaldo, aos 22 minutos.

O período de predomínio do Guarani ocorreu devido à desgastes físicos de jogadores do Operário, como o meia Pedro Lucas e atacante Maxwell, ocasião que passou a perder os rebotes e ficou sem transições de jogadas ao ataque.

Todavia, a inoperância do Guarani refletiu em não aproveitar maior posse de bola, pois faltou-lhe criatividade no setor ofensivo, exceto algumas individualidades do atacante Airton, como aos 53 minutos do segundo tempo, quando exigiu defesa difícil do goleiro Rafael Santos.

A rigor, além desse lance, o Guarani ameaçou em apenas mais dois: logo no início da partida, quando Marlon escapou pela esquerda, fez o cruzamento rasteiro, mas dois chutes consecutivos do centroavante Luccas Paraizo foram fracos, para defesas do goleiro Rafael Santos. Depois, aos 37 minutos do segundo tempo, em passe de um atacante para outro, quando Reinaldo colocou Caio Dantas na cara do gol, mas o chute foi torto.

Além disso, o torcedor bugrino até chegou a comemorar suposto gol de empate, em cruzamento de Reinaldo e complemento de Airton, mas o VAR flagrou posição de impedimento de Reinaldo e invalidou o lance, aos 49 minutos.

CHANCES DO OPERÁRIO

Afora esses citados lances do Guarani, por duas vezes, em arremates, o Operário colocou bola na trave adversária, com Maxwell e Joseph, uma em cada tempo.

O volume do Operário foi tão flagrante durante o primeiro tempo que, antes do belo gol de voleio de Maxwell, aos 40 minutos, o zagueiro bugrino Pedro Henrique já havia travado finalização bem direcionada de Daniel Lima.

ERROS DE JÚNIOR ROCHA

O primeiro erro do treinador bugrino Júnior Rocha foi falta de leitura do estilo de jogo do adversário.

Calculou que o Operário fosse concentrar vários jogadores no ataque, mas na prática apenas dois se fixaram no setor e, no processo natural de evolução, meio-campistas e laterais foram se aproximando.

Isso indicou que a formação da equipe bugrina com três zagueiros em linha recuada, durante o primeiro tempo, serviu para deixar espaços para o adversário trabalhar a bola a partir do meio de campo, com tarefa incumbida de marcação apenas aos volantes Anderson Leite e Matheus Bueno.

E mais: se Júnior Rocha imaginou liberdade para os seus laterais se transformarem em ala, se equivocou.

Na esquerda, Jefferson é fraco no apoio ao ataque. A improvisação de João Victor, como lateral-direito, também foi infrutífera.

Não bastasse isso, a linha alta de marcação do Operário na saída de bola do Guarani, o direcionava a erros: ora com zagueiros rifando a bola, ora com passes errados.

Isso resultou no predomínio do Operário, que levava a bola com facilidade até a chegada ao último terço do campo, faltando, entretanto, qualidade à sua postura ofensiva para definições nas jogadas.

SITUAÇÃO PERIGOSA

Na lanterna com quatro pontos, as perspectivas são pessimistas ao Guarani até a abertura da janela para contratações, a partir de dez de julho.

Isso provoca clima de revolta em seus torcedores, como constatado após o jogo deste sábado.

A tabela desta Série B do Brasileiro lhe reserva como próximo desafio o Avaí, na próxima sexta-feira, em Florianópolis.

Considerando-se o retrospecto do clube catarinense, que antes do início desta rodada era de cinco vitórias consecutivas, a tarefa bugrina de recuperação será difícil.

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