Jogadores preparam fase zen no Corinthians

Seis expulsões em nove jogos. Esse é o saldo do Corinthians após as rodadas iniciais do Campeonato Paulista. Curiosamente, a equipe do Parque São Jorge não pode ser considerada uma das mais indisciplinadas, visto que o número de faltas cometidas pelo Alvinegro é baixo (o clube não está nem no top5 no ranking de faltosos). O nervosismo vem atrapalhando e os jogadores, cientes do problema, prometem inaugurar uma nova fase mais zen no Timão.

“Temos que conversar, ter mais tranqüilidade. O Leão sempre nos pede calma. O problema é que aqui é oito ou oitenta, ou está tudo bom ou não está. O grupo não pode tomar cartões assim”, avaliou o volante Magrão, protagonista de um lance peculiar nesta temporada. Na derrota para o São Paulo, o jogador acabou chutando o rival Leandro e recebe o vermelho diretamente. Para ele, o lance foi preciosismo do árbitro Paulo César de Oliveira.

“Me criticaram. Mas esse é o meu jeito. O meu lance, em particular, é difícil explicar. Tinha feito apenas duas faltas no jogo e ele me expulsou na terceira. Fiquei chateado com algumas coisas que eu li, mas temos que esquecer isso. É mais conversar mesmo para ter tranqüilidade”, ponderou.

As constantes críticas à arbitragem viraram marca registrada no Timão 2007 e não foram esquecidas para justificar o excesso de fúria do time “mais expulso” do Paulistão. O zagueiro e capitão Betão é direto ao achar que não existe um complô para prejudicar o Corinthians dentro de campo, mas sim o nível dos árbitros está ruim.

“Nossa equipe não é a mais faltosa do campeonato e ai fica mais complicado de se explicar essas expulsões. Desde 2005 as arbitragens têm uma maneira diferente de olhar os jogos. Não sei o que aconteceu, de repente eles não capacitados para apitar nossos jogos. Erram e a gente acaba ficando nervoso”, destacou.

Betão sabe do que está falando. Correspondente do técnico Emerson Leão dentro de campo, lidera o ranking ao lado de Roger, cada um com duas expulsões. Marcelo Mattos e Magrão completam a relação dos indisciplinados. “Nós temos que tomar cuidado com as expulsões. Sempre atrapalha, vamos conversar para ver o que é melhor para o grupo. Tem muita coisa que envolve o futebol. Se depender só de nós, não seriamos expulsos. Mas, existem influências externas que atrapalham”, assegurou o zagueiro.

Aliás, o próprio Leão sintetiza a violência corintiana. O treinador se especializou nas críticas ao árbitros e quase sempre usa os erros do apito para justificar as derrotas da equipe dentro de campo. Acabou expulso no último sábado, no tropeço do Corinthians frente ao Paulista por 3 a 2,em Jundiaí. Para Betão, a postura do comandante não influencia os atletas.

“O nervosismo do Leão no banco não passa para o time. Todo treinador tem sua maneira de trabalhar e sabemos que ele foi assim em outros clubes que trabalhou, como São Paulo, Palmeiras e Santos. Enquanto ele faz a parte dele ali, junto ao quarto árbitro, devemos nos concentrar no que estamos fazendo”, concluiu.