Campinas, SP, 28 (AFI) – Enquanto as Olimpíadas em Tóquio chamam a atenção em todo o mundo, os clubes de futebol do Japão ganharam um período de 25 dias para recuperar o fôlego. Um deles é o Kashiwa Reysol, dirigido pelo brasileiro Nelsinho Batista, que aponta um problema tão reclamado pelos jogadores aqui dentro do Brasil: o excesso de jogos num curto período.

“O atleta japonês não está ainda acostumado a jogar de três em três dias, ainda mais por tanto tempo. Foram quatro meses, praticamente, sem descanso” – lembra Nelsinho, técnico estrangeiro de maior longevidade no futebol japonês. Já são 16 anos de experiência no Japão e 35 anos na carreira.

“Tivemos um ano atípico. As datas foram muito encavaladas, por causa das Olimpíadas. Nós tivemos praticamente quatro meses jogando de três em três dias. Alguns jogadores sofreram contusões graves, que exigiram cirurgias, enfim, nós, realmente, tivemos problemas que nos levaram sempre a mudar a equipe”.

VÁRIOS OBSTÁCULOS
Não só por conta disso, mais por contusões e também pela Covid o time sofreu e terminou esta primeira parte do Campeonato Japonês em 16.ª lugar – uma posição fora da zona de rebaixamento – com 20 pontos. O Reysol viveu momentos de dificuldades.

Agora, após a pausa para descanso e condicionamento, o técnico espera dar a volta por cima na competição. “Neste retorno, acredito que a equipe tenha condições de melhorar. Nós tivemos vinte e poucos dias para trabalhar. O último resultado antes da parada foi muito bom, porque vencemos em casa o Khashima Antlers (2 a 0) foi muito importante. O astral aumentou bastante”.

Além disso, Nelsinho vai ter o retorno de vários jogadores que estavam no departamento médico. “Com isso, nós temos a convicção de que poderemos melhorar a nossa campanha, que até aqui foi abaixo da expectativa. Mas temos confiança também no trabalho e, tendo esta continuidade, os jogadores ganharão confiança e poderão conquistar os resultados que o clube precisa”.

REFORÇO NO ATAQUE
Para o retorno à J League, o Kashiwa só vai ter um reforço: o atacante Muto, que atuou muitos anos no Urawa Reds. Mas a chegada foi comemorada por Nelsinho. “Eu o conheço desde os tempos em que ele jogava no (Vengalta) Sendai. Um jogador com esta experiência pode nos ajudar neste retorno à J League” – finalizou.

O Kashiwa Reysol jogou pela última vez dia 11 de julho pela 22.ª rodada. E volta a campo no dia 9 de agosto, fora de casa, diante do Vissel Kobe, atual terceiro colocado com 41 pontos. Muitos clubes aproveitaram esta pausa para repor seus jogos atrasados.

O líder é o Kawasaki Frontale, atual campeão, com 58 pontos, com relativa vantagem para o Yokohama Marinos, com 46 pontos, porém, com dois jogos – 22 a 20 – a menos. A competição é semelhante ao Brasileirão. Reúne 20 clubes que se enfrentam em turno e returno, num total de 38 rodadas.

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