Inédito! Justiça homologa Plano de Recuperação Extrajudicial do Figueirense
Foi o primeiro caso de um clube de futebol tendo homologado pedido de Recuperação Extrajudicial
Florianópolis, SC, 17 (AFI) – Se você é credor do Figueirense, pode sentar, chorar e aguardar por um longo período para receber o que lhe é devido. Isso porque, na noite desta sexta-feira, a Justiça homologou o Plano de Recuperação Extrajudicial do clube, numa decisão inédita relacionado a entidades desportivas no país.
Isso significa que o Figueirense reunirá num mesmo processo as dívidas trabalhistas e cíveis, tendo sido criado um critério para ir pagando esses credores de forma parcelada ao longo dos próximos anos, dependendo do grupo de preferência em que a pessoa física ou jurídica estiver encaixada.
Todos os credores do Figueirense, mesmo os que não aderiram expressamente ao Plano ou com ele não concordaram por qualquer razão, ficam submetidos às suas regras, prazos e formas de pagamento. Do ponto de vista prático, a dívida que tinha exigibilidade imediata agora será paga em condições diferenciadas. Após um ano de carência, haverá um alongamento dos prazos prazo de pagamento – 10 anos para as dívidas trabalhistas e 15 anos para as dívidas cíveis.
Presidente do clube, Norton Boppré comemorou a homologação do Plano, o que garantirá que o clube fique livre de penhoras e outras medidas constritivas de seu patrimônio.
“A restruturação do endividamento é uma questão sensível para os clubes de futebol do país. O Figueirense saiu na frente e mostrou novamente seu pioneirismo, que está no seu DNA. Outros clubes irão precisar readequar sua estrutura de capital e o Figueirense mostrou que é possível. Foi um trabalho sério, correto e agora colhe seus primeiros frutos. Estamos prontos e animados para os próximos desafios. Nossa meta é recolocar o Figueirense entre as principais forças do futebol brasileiro e a partir daí alçar voos ainda maiores. Queremos entregar ao torcedor um clube financeiramente equilibrado e um time competitivo. Não tenho dúvidas de que ainda há muito a percorrer, mas estamos no caminho certo”, disse o dirigente.
Atualmente, o Figueirense acumula dívida de R$ 165 milhões, dos quais R$ 81 milhões são vinculados ao Figueirense FC e R$ 84 milhões à Figueirense Ltda.
O clube ganha um respiro, mas não pode achar que o problema financeiro está resolvido. Agora o resultado desportivo será essencial para que volte a entrar dinheiro no caixa e os pagamentos do Plano de Recuperação Extrajudicial aconteçam normalmente. Do contrário, de nada adiantará.
Em 2022, o Figueirense disputará Campeonato Catarinense, Recopa de Santa Catarina e Série C do Campeonato Brasileiro.
