Bauer é considerado um dos maiores jogadores da história do São Paulo. No clube do Morumbi, ele formou um dos meio-campos mais conhecidos de toda história, ao lado de Rui e Noronha. Os três também disputaram juntos a Copa do Mundo de 50, quando o Brasil perdeu na decisão para o Uruguai.

São Paulo, SP, 05 (AFI) – O futebol brasileiro perdeu na manhã deste domingo um dos principais jogadores de sua história, o ex-meio-campista José Carlos Bauer (foto/Fonte site miltonneves.com.br), ou simplismente Bauer como era conhecido no mundo da bola. O ex-atleta faleceu aos 81 anos e seu corpo foi enterrado no cemitério da Paz, em São Paulo. Ele sofria do mal de Alzheimer.

HistóriaAlém de formar o famoso meio-campo com Rui e Noronha, antes, Bauer fez parte de outro meio-campo de destaque – para muitos torcedores antigos o melhor de todos – com Zarzur e Noronha. Posteriormente, Rui substituiu Zarzur.

José Carlos Bauer nasceu no dia 21 de novembro de 1925 na cidade de São Paulo. Começou sua trajetória futebolística com apenas 15 anos, quando ingressou a equipe juvenil do Tricolor. Pelo clube, conquistou o Paulista de 1943, dois bicampeonatos estaduais (1945/46 e 1948/49), além do campeonato de 1953. No total disputou 419 partidas e marcou 16 gols.

Mesmo com grande força física, o ex-jogador tinha grande classe e categoria e apresentava um futebol elegante. Na Copa do Mundo de 1950 chegou a ser chamado de “O gigante do Maracanã”. Apesar da derrota na decisão contra o Uruguai, Bauer foi um dos poucos atletas que continuou defendendo a Seleção Brasileira por mais alguns anos. No mundial de 1954 fez suas últimas apresentações pelo escrete canarinho.

Pelo Brasil, foi campeão sul-americano em 1949, além de vice-campeão mundial em 1950. Jogou 29 partidas pela Seleção Brasileira.Após defender brilhantemente o São Paulo, em 1954 transferiu-se para o Botafogo-RJ e antes de encerrar a carreira, defendeu a Portuguesa de Desportos (1955) e o São Bento (1956), onde encerrou a carreira.

Descoberta de EusébioE foi pela Ferrinha que ele viveu uma história no mínimo inusitada. Durante uma excursão da equipe na cidade de Lourenço Marques – antiga designação para a cidade de Maputo, hoje capital do Moçambique na África -, Bauer conheceu um garoto chamado Eusébio e que estava começando carreira em uma equipe local.

Depois de encerrar sua carreira como jogador de futebol, Bauer foi ser técnico, e além das divisões de base do Clube Indiano de São Paulo, treinou a Ferroviária de Araraquara, o Guadalajara do México e o Milionários da Colômbia.

Após perceber o talento que possuía aquele garoto, o então técnico tentou fazer com que a Ferroviária levasse o atleta para o Brasil, mas o time não dinheiro para isso. Sendo assim, ele indicou Eusébio para o técnico húngaro Bella Guttman – famoso por treinar a seleção húngara de Puskas e companhia, e depois o São Paulo campeão paulista de 1957 -, que na oportunidade treinava o Benfica. Anos depois, Eusébio se naturalizou português e se tornou o maior ídolo do Benfica e de Portugal.