Há 60 anos, molecadinha usava bambu no lugar de vara para salto nas alturas
Thiago Braz foi um dos destaques do Brasil na terça-feira com a conquista da medalha de bronze
Comumentemente o espaço aqui é pra se discutir à exaustão assuntos ligados a Ponte Preta e Guarani, respeitando-se, naturalmente, posições divergentes.
Todavia, com a Olimpíada (no singular, por tratar-se de um conjunto de jogos olímpicos) em pleno vapor, com medalhistas brasileiros aplaudidos, é prudente se abrir espaço para o atletismo, que há cerca de 60 anos foi a modalidade esportiva mais praticada em Campinas, se não no âmbito competitivo, pelo menos recreativo.
A medalha de bronze do brasileiro Thiago Braz, no salto com varas, me fez navegar à infância quando a molecadinha, que não se valia dos instrumentos atuais para o exercício da modalidade, improvisava.
Alô Tio Lei, João da Teixeira e Luiz Otti Heimpel, provavelmente meus contemporâneos: à época, em vez de vara sofisticada como as de hoje, usava-se bambu para garantir o impulso.
Uma corda de no máximo três metros era estendida por duas pessoas – uma de cada lado -, e o saltador girava as pernas no ar, de forma que pudesse cair em pé, ou deslizando-se sobre areia fina.
Quem saltava mais alto sem esbarrar na corda era o vencedor.
ESCOLAS
Em grupo escolar e ginasial da época, professores de educação física valorizavam disputas neste salto, assim como havia contemplação do atletismo com salto em distância e corrida em geral.
Molecadinha de bairros tinha hábito de disputar corrida, definindo-se como percurso o quarteirão do local.
Salvo engano, especificações do atletismo transformavam-no em modalidade mais praticada por classes populares, exceto o futebol.
Na época, futsal, basquete e vôlei foram tidos como esportes elitizados, pois raramente o poder público disponibilizava quadras em praças esportivas para prática em abundância.
Favorecidos eram pessoas com relativo poder aquisitivo, para integrar quadros associativos de clubes. Aí, quando a gente confere as disputas por medalhas do salto com varas, nos Jogos Olímpicos do Japão, reacende na memória a esplendorosa infância e adolescência do quão felizes éramos como praticantes do atletismo, que jamais interferia no sempre fanático futebol.
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