Há 42 anos, Bozó marcava pela primeira vez com a camisa do Guarani

“O Gersinho driblou todo mundo e tocou para mim, sem goleiro. Foi empurrar a bola para o gol e sair para o abraço”, resume

“O Gersinho driblou todo mundo e tocou para mim, sem goleiro. Foi empurrar a bola para o gol e sair para o abraço”, resume

0002050464621 img

São Paulo, SP, 30 – Integrante do ataque mais importante da história do Guarani, há 42 anos Luiz Augusto de Aguiar, popularmente conhecido como Bozó, marcava seu primeiro gol com a camisa bugrina. O habilidoso ponta esquerda viveu o seu auge na conquista do título brasileiro pelo time de Campinas em 1978, ano de sua chegada à equipe.

Nascido em São Paulo, Bozó iniciou a carreira como profissional no São Bento de Sorocaba, em 1972, onde ficou até 1976, quando se transferiu para o Atlético Mineiro. Disputou o Campeonato Brasileiro daquele ano pelo time de Minas Gerais, antes de retornar a seu estado de origem, agora para jogar no Santos.

A volta à Vila Belmiro -havia feito teste no clube em 1971- não foi exitosa e já na temporada seguinte chegou ao Guarani, onde viveria o melhor momento de sua carreira. Após três temporadas no Guarani, se transferiu para o Coritiba antes de atuar pela Ferroviária, Sport e Avaí, onde encerrou a carreira. Atualmente é auxiliar técnico das categorias de base do Guarani.

1978
Corria a nona rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro de 1978, chamado de IV Copa Brasil e o Guarani vivia bom momento, sem perder há sete jogos e tendo vencido o dérbi contra a Ponte Preta na semana anterior.

Uma vitória diante do Itabuna, da Bahia, encaminhava a classificação bugrina à fase seguinte. Com goleada, melhor ainda. Vitória por mais de três gols de diferença rendia três pontos numa época que o triunfo valia dois.

 Foto: Acervo Pessoal

Foto: Acervo Pessoal

“Lembro deste gol como se fosse hoje”, diz um saudoso Bozó sempre a primeira vez que balançou as redes com a camisa do time pelo qual faria história.

“O Gersinho driblou todo mundo e tocou para mim, sem goleiro. Foi empurrar a bola para o gol e sair para o abraço”, resume o ex atacante.

Capitão, ponta direita bugrino abriu o placar aos sete minutos, enquanto Careca, que completava o ataque, ampliou ao 28. Na segunda etapa Renato ampliou marcando aos sete e aos dez, Careca fez aos 20, Bozó aos 30 e Renato fechou o placar aos 35 minutos do segundo tempo.

Na campanha do título brasileiro do Guarani, Bozó marcou mais duas vezes, a terceira num dos jogos mais importantes da história do clube. Na vitória por 3 a 0 sobre o Internacional, em pleno estádio Beira Rio, fez o segundo, aos 40 minutos do primeiro tempo.

“O jogo estava fácil. O Internacional tinha um time muito bom, mas tinha chovido e o Guarani tinha um time muito leve e rápido”, garante Bozó, uma das vítimas de uma piada da imprensa gaúcha que chamou a linha de frente bugrina de ‘ataque de risos’.

Mais tarde, o improvável aconteceu: o título brasileiro conquistado por um time do interior. Após superar o Sport nas quartas de final e o Vasco da Gama em uma semifinal histórica, o Guarani ganhou do Palmeiras na decisão.

“A ficha foi cair um tempo depois”, diz Bozó sobre o grande feito.

“Nunca mais acontece isso outra vez”, finaliza.

Ficha técnica – Guarani 7×0 Itabuna-BA (Brasileirão de 1978)
Local: Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas;
Data: 30/04/1978 (Domingo);
Horário: 16h;
Renda: Cr$ 185.290,00;
Público: 8.041 (6.924 pagantes e 1.117 menores);
Árbitro: José Muniz Brandão (GO);
Assistentes: Gerson Sebastião Vendrame (SP) e Antonio Fonseca Ribeiro (SP);
Gols: Capitão 7’ e Careca 18’ do 1ºT; Renato 7’ e 10’, Careca 20’, Bozó 30’ e Renato 35’ do 2ºT;

Guarani: Neneca; Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Zenon (Gersinho); Capitão, Careca e Macedo (Bozó).
Técnico: Carlos Alberto Silva.

Itabuna-BA: Zé Lourinho; Edvaldo, João Eudes, Deca e Roberto; Vavá (Eloi), Odilon e Carioca; Ribeiro, Nego Chico (Labau) e Cacá.
Técnico: Antoninho Martins.

Por Raoni David

player