Guarani faz 'reunião de sócios' com cadeiras vazias
Poucos sócios foram à reunião do Guarani, o que confirma o descaso e o atual momento de abandono do clube pelos bugrinos.
Cadeiras vazias, silêncio no ar e um olhar de profunda consternação daqueles poucos presentes ao salão social do estádio Brinco de Ouro
Campinas, SP, 17 (AFI) – O Guarani sente de perto os efeitos negativos produzidos pelo recente rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Uma clara demonstração disso pode ser vista na noite desta terça-feira, 17 de dezembro, quando apenas 10 sócios participaram de uma reunião permitida para perto dos 600 sócios (não há número oficial) atuais do clube.
Cadeiras vazias, silêncio no ar e um olhar de profunda consternação daqueles poucos presentes ao salão social do estádio Brinco de Ouro, em princípio, para ouvir as explicações de Rodrigo Pastana.
O executivo de futebol falou sobre a péssima campanha do time na Série B do Brasileiro, onde terminou como lanterna e caiu para a Série C ao lado de Brusque, Ituano e Ponte Preta.
DISCURSO REPETITIVO
Pastana fez um discurso já repetido tantas vezes, lamentando a falta de planejamento e o pouco conhecimento para a formação do elenco que defendeu a camisa do time nesta desastrosa temporada.
No primeiro semestre escapou da queda no Paulistão somente na última rodada, ao vencer por 1 a 0 um time misto do Red Bull Bragantino. Depois acumulou vexames na Série B.
CRÍTICAS À OPOSIÇÃO
O presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Dias, lamentou a falta de participação dos sócios na reunião, mesmo porque perto de 100 cadeiras estavam à disposição de eventuais bugrinos.
Ao seu lado estava o presidente da diretoria executiva, Rômulo Amaro e a maioria dos poucos presentes pertencia ao chamado grupo ‘RENOVA GUARANI’, do qual Marcelo Dias é um dos líderes. Além de dois seguranças, de elevada estatura e porte físico avantajado.
Marcelo Dias fez um breve comentário sobre a reunião do Conselho Deliberativo, ocorrida na semana passada, quando aflorou na pauta a mudança de estatuto com o claro objetivo, segundo alguns, para a futura criação da SAF – Sociedade Anônima de Futebol.
Marcelo Dias aproveitou para tecer críticas à oposição, que manteria um discurso radical e sem fundamentos.
UMA VOZ CONTRÁRIA
Foi quando pediu a palavra o sócio Paulo Souza, advogado, ex-presidente do conselho deliberativo e um dirigente histórico do clube, tendo passado por vários departamentos e exercido diversas funções nas últimas quatro décadas.
Segundo Paulo Souza, a culpa pelo esvaziamento desta reunião e de outras, inclusive do conselho deliberativo, é causada pelo próprio Marcelo Dias.
“Ele gessou o estatuto do Guarani e agora aparece como benfeitor e tenta sozinho reescrever o estatuto, que deveria ser o grande manual a ser seguido no clube, como a Constituição Federal regula os limites da lei no Brasil”, afirmou Paulo Souza, agora atuando como ‘o último dos moicanos’.
DENÚNCIAS GRAVES
Paulo Souza voltou a fazer críticas a Marcelo Dias que, ainda segundo Paulo Souza, não se moveu para evitar casos graves no clube. Citou que Fábio Araújo, o Fabinho, como presidente do Conselho Fiscal, não poderia ser assalariado do clube e também que existe um ‘furo’ de R$ 33 milhões na prestação de contas do clube.
“O dinheiro simplesmente sumiu, porque não aparece documentação pertinente”, ressaltou Paulo Souza, com exclusividade ao Futebol Interior.
Opositor declarado aos atuais gestores do Guarani, Paulo Souza, ainda lembrou que o momento não é adequado para a mudança de estatuto, justamente, pela falta de motivação dos sócios, torcedores e da comunidade bugrina.
Ele defende uma discussão mais ‘a miúde’ da atual situação financeira e administrativa do clube e aponta a necessidade legal de que a mudança do estatuto e a criação da SAF deveriam ser analisadas, inicialmente, por uma comissão de conselheiros.
“Para que então existem os conselheiros? De repente, o próprio Sr. Marcelo Dias se acha no direito de reescrever o estatuto sozinho, da maneira que quer e pensa. Isso não me parece democracia, mas sim uma ditadura. Vivemos um momento de ditadura no Guarani, onde apenas um pequeno grupo de pessoas tem o controle de tudo que aqui acontece”, enfatizou.
DIAS DESCONHECE
Marcelo Dias respondeu a Paulo Souza que ‘Fabinho não é remunerado’ e que não viu a falta de algum valor (R$ 33 milhões) no balanço financeiro do clube.
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Procurado pelo Portal Futebol Interior, Marcelo Dias, não foi encontrado e também não se manifestou oficialmente. O espaço está aberto para suas explicações e manifestações, da maneira como achar melhor ou através do mail:
[email protected]
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REUNIÃO DO CONSELHO
Para agilizar o processo de mudança de estatuto que permita, entre outras ações, a criação da SAF, os conselheiros estão convocados para uma ‘Reunião Ordinária’ numa data, no mínimo, imprópria: dia 23 de dezembro, uma segunda-feira, véspera do Natal.
A forma de realização da reunião também causou estranheza, pelo menos para alguns sócios da oposição. Será uma ‘Reunião Telepresencial, que será realizada por meio do Aplicativo Zoom…’.
A ORDEM DO DIA envolve quatro itens:
a) Deliberação acerca do Orçamento para o ano de 2025 proposto pelo Conselho de Administração;
b) Deliberação acerca do Planejamento Anual proposto pelo Conselho de Administração;
c) Deliberações sobre operações de crédito;
d) Deliberações acerca dos balancetes dos primeiros meses do ano de 2024.
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