Guarani escapa do bombardeio do América e arranca um ponto de Belo Horizonte
Bugre e Coelho ficaram no zero a zero. O Coelho foi melhor, mas o Bugre teve seus méritos em se defender.
Guarani escapa do bombardeio do América e arranca um ponto de Belo Horizonte
Há algum tempo aboli considerações sobre o chamado pré-jogo pela imponderabilidade do futebol atual.
Quem previu o América Mineiro como favorito, como explicar o empate sem gols com o Guarani em Belo Horizonte, na manhã/tarde deste sábado?
Sim, dirão que as defesas do goleiro Gabriel Mesquita, do Guarani, fez a diferença.
Ora, alguém tinha certeza de que ele seria escalado no lugar do instável Rafael Pin?
Quem analisou o pré-jogo em circunstâncias normais, se esqueceu que as altas temperaturas interferem decisivamente no comportamento físico dos jogadores.
Uma coisa foi o América Mineiro enquanto tinha pernas, quando correu e criou incontáveis oportunidades de gols até para aplicar goleada no Guarani; outra coisa quando as pernas bambearam e tudo fugiu da normalidade.
Foi aí que o Guarani conseguiu a imprevisível nivelação com o adversário durante o segundo tempo.
OPORTUNIDADES
América entrou tão elétrico no jogo que com dois minutos perdeu duas chances reais, com finalizações para fora.
A primeira com Alê; depois através de Felipe Azevedo.
Dos 16 aos 19 minutos, o bombardeio dos mandantes implicou em bola na trave em chute de Ademir, defesa fantástica de Gabriel Mesquita em conclusão de Felipe Azevedo, e cabeçada com bola na trave através de Alê.
E ainda no primeiro tempo foi registrada outra notável defesa de Gabriel em arremate de Felipe Azevedo.
EQUÍVOCOS DE CATALÁ
O que houve com o Guarani pra ser tão pressionado?
Primeiro o erro do treinador Ricardo Catalá, que na expectativa de melhorar saída de bola defensiva, sacou os volantes Deivid e Eduardo Person, pra mudança radical no compartimento.
Recuou o meia Murilo Rangel para funcionar com volante pelo lado esquerdo e escalou Artur Rezende na cabeça da área pela direita.
No cenário montado, Lucas Crispim funcionaria como terceiro jogador de pegada na meiúca, mas faltava ao time o protetor na cabeça da área, com características para desarme.
Ora, como o América propôs o jogo, não dava chances de o Guarani se organizar na saída de bola, pois conseguia a retomava sistematicamente.
Então, como explicar o Guarani escalado com dois atacantes de beirada – casos de Bruno Sávio e Waguininho – além do centroavante Rafael Costa, se a bola não chegava?
Tivesse o América o mínimo de aproveitamento nas chances criadas, já teria definido o placar, enquanto o Guarani nada havia exigido do goleiro Matheus Cavichioli.
CANSAÇO
Como o América torrou a munição física durante o primeiro tempo, o calorão na capital mineira na hora do almoço ardeu mais para o seu lado, visto que havia se movimentado mais.
Foi quando os seus laterais Diego Ferreira e Sávio já não tinha ‘gás’, volante Juninho ‘pregou’, meia Alê – o pensador do time – estava arriado, e meia-atacante Felipe Azevedo já mostrava a língua de fora.
Treinador Lisca observou isso e até trocou as peças, de certo levando fé no driblador Neto Berola, que teve atuação apagadíssima.
Mesmo assim foi o América, nos pés de Guilherme, quem ainda teve a chance de vencer a partida aos 50 minutos, mas o chute foi pra fora.
MELHORA DO GUARANI
Com mais espaço para trabalhar a bola durante o segundo tempo, inegavelmente houve melhora de rendimento do Guarani.
Renanzinho conseguiu prender bola no ataque, meia Giovanny já mostrou mais movimentação, e os laterais Cristóvam e Erick Daltro puderam sair da toca e ajudar a empurrar o América para o seu campo de defesa.
ALANZINHO
A lamentar a fratura de perna do meia Alanzinho, que havia substituído Bruno Sávio ainda no primeiro tempo.
Foi quando o atacante Léo Passos ajeitava a bola para finalização e Alanzinho colocou o pé à frente na tentativa de travar a bola.
Por azar, o chute do atacante atingiu em cheio a perna esquerda do jogador bugrino, levado de ambulância a um hospital nas proximidades do Estádio Independência.