Guarani deixou de cumprir uma lógica obrigação
Time empata sem gols com o São Bento
Guarani deixou de cumprir uma lógica obrigação
“Eu sabia que a partida [Guarani contra o São Bento] seria difícil, porque o São Bento é qualificado”.
Frase extraída da entrevista do atacante bugrino Bruno Sávio, após o empate sem gols na tarde deste sábado, no Estádio Brinco de Ouro.
Na vida, em determinado momento todos nós falamos bobagens. E agora chegou a vez de Bruno Sávio desafinar nas palavras.
Como o filósofo contemporâneo um dia disse que ‘é preferível ouvir bobagem de que ser surdo’, engulam essa bobagem dita por Bruno Sávio, pois o São Bento pratica futebol de time que flerta com o rebaixamento.
Logo, embora eu tivesse sido um dos raros na mídia campineira que observou minúscula evolução na performance do Guarani, da largada do Paulistão até o empate diante do Bragantino, convenhamos que era uma obrigação ganhar do São Bento.
Era, então por que não ganhou?
TRAVE
Motivos são vários. Um deles quando Bruno Sávio e o volante Índio perderam gols feitos.
Considere que o travessão salvou o goleiro Luiz Daniel em chute do meia-atacante Andrigo e depois quando Bruno Sávio acertou a trave, ao receber passe açucarado do polivalente Pablo.
Também não ganhou porque há erros em escalação, substituições e organização da equipe através do treinador Allan Aal.
Se o comandante caiu na real que não cabia o centroavante Rafael Costa entre os titulares, recorrendo-se ao retorno de Bruno Sávio à posição, continua inexplicável a manutenção de Índio.
Como defendê-lo se raramente ataca, invariavelmente seus passes são curtos e provoca dúvida no lateral-esquerdo Bidu sobre precisão na cobertura?
Embora o lateral-direito Éder Scioli não tenha decepcionado, ao ocupar o lugar do garoto Matheus Ludke, por que não ter iniciado a partida com Pablo, na posição?
Se a projeção natural era de o São Bento atacar pouco, Pablo, que entrou no segundo tempo, poderia ter sido escalado como lateral, porém com a mesma liberdade para atacar.
O rendimento do meia Tony tem sido bem aquém do projetado. Logo, não o credencia à vaga entre os titulares.
Em se tratando de início de trabalho, digamos que fosse admissível prestigiá-lo nestas primeiras rodadas, mas por que esperar 15 minutos do segundo para sacá-lo, considerando-se que ele nada acrescentou neste jogo contra o São Bento?
RODRIGO ANDRADE
O que justificaria a saída de Rodrigo Andrade para entrada de Bruno Silva, aos 34 minutos do segundo tempo? Lesão? Cansaço?
Posicionamento do meia Andrigo, na faixa de beirada de campo, contraria o melhor rendimento dele por dentro, mais próximo do gol adversário, até porque é um dos atletas que mais finalizam jogadas no time bugrino.
Não bastasse tudo isso, vê-se transição lenta da defesa ao ataque, além de falta de ajuste das ‘peças’ pelo lado esquerdo do campo.
É uma desproporção o atacante Renanzinho voltar pra buscar bola, quando o correto posicionamento dele seria ficar enfiado a espera da chegada da bola.
E preferencialmente coadjuvado por um meia, como ocorria na passagem de Murilo Rangel pelo clube.
BIDU
E cadê o futebol obstinado do lateral Bidu?
Falta de confiança? Estaria aquém do condicionamento físico adequado? Ou seria a falta de melhor estruturação de jogadas pelo setor?
Não bastasse tudo isso, cadê o camisa ‘nove’ talhado pra empurrar a bola à rede?
Geralmente abstenho-me de avaliação pré-jogo, pela imponderabilidade.
Todavia, não dá pra recuar um milímetro do antecipado na postagem de véspera, de que seria obrigação o Guarani ganhar o jogo.
Duvida? Qual o grau de dificuldade mostrado pelo São Bento? Qual a situação de embaraço que ele provocou ao goleiro bugrino Gabriel Mesquita?
Nenhuma. Na única jogada criada e finalizada, Ruan não aproveitou o passe rasteiro que recebeu, na entrada da área, e mandou a bola na lua.