Guarani deixou de cumprir uma lógica obrigação

Time empata sem gols com o São Bento

Guarani deixou de cumprir uma lógica obrigação

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Foto: Thomas Marostegan/GFC

Foto: Thomas Marostegan/GFC

“Eu sabia que a partida [Guarani contra o São Bento] seria difícil, porque o São Bento é qualificado”.

Frase extraída da entrevista do atacante bugrino Bruno Sávio, após o empate sem gols na tarde deste sábado, no Estádio Brinco de Ouro.

Na vida, em determinado momento todos nós falamos bobagens. E agora chegou a vez de Bruno Sávio desafinar nas palavras.

Como o filósofo contemporâneo um dia disse que ‘é preferível ouvir bobagem de que ser surdo’, engulam essa bobagem dita por Bruno Sávio, pois o São Bento pratica futebol de time que flerta com o rebaixamento.

Logo, embora eu tivesse sido um dos raros na mídia campineira que observou minúscula evolução na performance do Guarani, da largada do Paulistão até o empate diante do Bragantino, convenhamos que era uma obrigação ganhar do São Bento.

Era, então por que não ganhou?

TRAVE

Motivos são vários. Um deles quando Bruno Sávio e o volante Índio perderam gols feitos.

Considere que o travessão salvou o goleiro Luiz Daniel em chute do meia-atacante Andrigo e depois quando Bruno Sávio acertou a trave, ao receber passe açucarado do polivalente Pablo.

Também não ganhou porque há erros em escalação, substituições e organização da equipe através do treinador Allan Aal.

Se o comandante caiu na real que não cabia o centroavante Rafael Costa entre os titulares, recorrendo-se ao retorno de Bruno Sávio à posição, continua inexplicável a manutenção de Índio.

Como defendê-lo se raramente ataca, invariavelmente seus passes são curtos e provoca dúvida no lateral-esquerdo Bidu sobre precisão na cobertura?

Embora o lateral-direito Éder Scioli não tenha decepcionado, ao ocupar o lugar do garoto Matheus Ludke, por que não ter iniciado a partida com Pablo, na posição?

Se a projeção natural era de o São Bento atacar pouco, Pablo, que entrou no segundo tempo, poderia ter sido escalado como lateral, porém com a mesma liberdade para atacar.

O rendimento do meia Tony tem sido bem aquém do projetado. Logo, não o credencia à vaga entre os titulares.

Em se tratando de início de trabalho, digamos que fosse admissível prestigiá-lo nestas primeiras rodadas, mas por que esperar 15 minutos do segundo para sacá-lo, considerando-se que ele nada acrescentou neste jogo contra o São Bento?

RODRIGO ANDRADE

O que justificaria a saída de Rodrigo Andrade para entrada de Bruno Silva, aos 34 minutos do segundo tempo? Lesão? Cansaço?

Posicionamento do meia Andrigo, na faixa de beirada de campo, contraria o melhor rendimento dele por dentro, mais próximo do gol adversário, até porque é um dos atletas que mais finalizam jogadas no time bugrino.

Não bastasse tudo isso, vê-se transição lenta da defesa ao ataque, além de falta de ajuste das ‘peças’ pelo lado esquerdo do campo.

É uma desproporção o atacante Renanzinho voltar pra buscar bola, quando o correto posicionamento dele seria ficar enfiado a espera da chegada da bola.

E preferencialmente coadjuvado por um meia, como ocorria na passagem de Murilo Rangel pelo clube.

BIDU

E cadê o futebol obstinado do lateral Bidu?

Falta de confiança? Estaria aquém do condicionamento físico adequado? Ou seria a falta de melhor estruturação de jogadas pelo setor?

Não bastasse tudo isso, cadê o camisa ‘nove’ talhado pra empurrar a bola à rede?

Geralmente abstenho-me de avaliação pré-jogo, pela imponderabilidade.

Todavia, não dá pra recuar um milímetro do antecipado na postagem de véspera, de que seria obrigação o Guarani ganhar o jogo.

Duvida? Qual o grau de dificuldade mostrado pelo São Bento? Qual a situação de embaraço que ele provocou ao goleiro bugrino Gabriel Mesquita?

Nenhuma. Na única jogada criada e finalizada, Ruan não aproveitou o passe rasteiro que recebeu, na entrada da área, e mandou a bola na lua.