Campinas, SP, 29 (AFI) – O Guarani brigou, tentou, chegou a ficar a frente do placar, mas acabou empatando com o Boa Esporte por 1 a 1 na grande final do Campeonato Brasileiro da Série C. Assim como nos outros jogos desta fase decisiva, Leandro Amaro abriu o placar do estádio Brinco de Ouro da Princesa de cabeça, mas Rodolfo deixou tudo igual na decisão dos 180 minutos.

O Guarani encerra a Série C invicto dentro de casa. A última vez que perdeu diante do seu torcedor foi no dia 4 de abril, quando caiu para o Barretos por 2 a 0 na 19ª e última rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A2. Nesta Série C foram nove vitórias e dois empates – um dos triunfos foi justamente contra o Boa Esporte, na 5ª rodada, por 2 a 1.

Esta foi a sexta final na história do Brinco de Ouro, que já viu dois títulos do Guarani. Em 1978 o time de Campinas bateu o Palmeiras e sagrou-se o único campeão brasileiro do interior; em 1981 levantou a Taça de Prata, equivalente a Série B atual. Em 1986 e 1987 foram pela Copa União e 1988 no Campeonato Paulista, na última decisão no estádio.

FALTOU BOLA

Dominando o meio de campo o Guarani começou o confronto pressionando o Boa Esporte já nos minutos iniciais. Fumagalli teve a primeira grande oportunidade de abrir o placar, mas pecou na finalização de cabeça. Ele viu Eliandro brigar com a marcação, abrir na direita e cruzar na marca do pênalti. Sozinho o camisa 10 tentou um peixinho, mas pegou muito mal.

O Boa tentava responder, mas sentia dificuldade na transição entre defesa e ataque. As oportunidades surgiam em bolas alçadas na grande área ou em lançamentos pela lateral do gramado. Até que, aos 31 minutos Denis Neves arrancou pelo lado esquerdo, cortou para o meio e mandou uma bomba da entrada da área. Rasteira, ela tocou na trave e saiu, animando a torcida do Guarani mais uma vez.

Anulado pela marcação, Fumagalli ainda conseguiu aumentar a angustia do torcedor do Guarani ainda mais no final do primeiro tempo. Pipico se aproveitou do quique da bola e ia sair frente a frente com Daniel, mas Edson Borges acabou segurando o atacante na entrada da área. Na cobrança da falta o meia olhou firme para a meta e calou o Brinco de Ouro, mas mandou para fora.

PRA CRESCER!

No intervalo Chamusca conversou com seus comandados e o Guarani voltou muito mais ligado. Com as linhas de marcação mais avançadas, o time da casa tentava controlar a saída de bola do Boa Esporte, que aos poucos passou e tomar uma postura passiva. Até que o tobogã comemorou seu primeiro gol depois de quase quatro anos interditado.

Em cobrança de escanteio aos 16 minutos do segundo tempo, Fumagalli mandou a bola na entrada da pequena área, no alto. Seguindo a escrita desta Série C, Leandro Amaro subiu mais que todo mundo e testou para o fundo das redes. Ele teve que brigar com o goleiro Danilo, que ficou pedindo a falta. Também em bola parada, o zagueiro marcou nas quartas e nas semifinais.

QUE VACILO…

A bola na rede deu mais tranquilidade ao Guarani, mas também acalmou os ânimos do time da casa. No seu melhor momento em campo o Boa Esporte conseguiu empatar aos 30 minutos. Romano arriscou um lançamento pelo alto e encontrou Rodolfo, que venceu a marcação e bateu de primeira. Ela explodiu na trave, nas costas de Leandro Santos e morreu no fundo das redes.

Esse foi o primeiro gol que o Guarani sofreu na fase mata-mata da competição e a reação foi muito longe da ideal. O time de Chamusca deu espaço para que os mineiros trabalhassem a bola, principalmente pelas laterais, e não conseguia mais criar oportunidades lá na frente. O treinador tirou Eliandro, o que mais brigava com os zagueiros, e deixou apenas Everton lá na frente.

PRÓXIMOS JOGOS

Os dois times voltam a se enfrentar no próximo sábado, 5, pelo segundo jogo da grande final. A decisão será no estádio do Melão, em Varginha, às 18h45. O gol fora de casa é critério de desempate e o Boa Esporte agora joga por em empate sem gols. Se o Guarani repetir o placar do primeiro jogo, em Minas Gerais, a decisão será na cobrança de pênaltis.