Grêmio cria cinco chances e a Ponte Preta nenhuma. E aí ?

A bússola que norteia o futebol indica que ao evitar derrota a equipe acaba poupada de críticas, mas não me deixo levar por esta direção...

O empate sem gols da Ponte Preta contra o Grêmio significa apenas pequena melhora em relação àquela situação paupérrima do último Paulistão

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Ponte Preta e Grêmio empataram (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

Campinas, SP, 9 (AFI) – A bússola que norteia o futebol indica que ao evitar derrota a equipe acaba poupada de críticas e ainda descobrem uma virtude aqui e outra acolá de jogadores.

Como não me deixo envolver pela tal bússola, o empate sem gols da Ponte Preta contra o Grêmio significa apenas pequena melhora em relação àquela situação paupérrima do último Paulistão.

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O que se pode pontuar como melhora?

Entrada do volante Felipe Amaral representou melhoria na pegada no meio-de-campo, como ajudante de seu companheiro Léo Naldi.

Se o lateral-direito Bernardo não mostrou o cobrado atrevimento ofensivo, foi seguro na marcação.

Saldo da troca de goleiros foi positivo, pois Caíque França praticou duas defesas que colocam dúvidas se na meta estivesse Ygor Vinhas.

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Grêmio perdeu pênalti e chances. Foto: Lucas Uebel

Que mais?

Já não se viu aquele absurdo índice de erros de passes e o time correu bastante, o que convenhamos é uma obrigação e não virtude.

Houve até quem elogiasse o zagueiro Fabrício, mas, se o Grêmio convertesse a sua primeira chance real de gol, lembrariam que ele falou na tentativa de interceptar a bola de cabeça, e o estreante lateral-esquerdo Artur fez pior ainda, ao rebatê-la no pé de Lucas Silva, cujo arremate foi pra fora.

Inacreditável também foi o gol de cabeça perdido pelo zagueiro Bruno Alves, que mesmo desmarcado testou a bola para fora após cobrança de escanteio.

Dois minutos após o lance citado, o zagueiro pontepretano Thiago Oliveira cometeu pênalti sobre o atacante Elias, mas Lucas Silva, com paradinha e tudo, chutou a bola pra fora.

CAÍQUE FRANÇA

A quarta real oportunidade do Grêmio para abrir o placar ocorreu aos 46 minutos, quando Elias avançou livre, finalizou e exigiu defesa com nível de dificuldade ao goleiro Caíque França.

A quinta e última vez que o Grêmio assustou foi aos 13 minutos do segundo tempo, quando Caíque França rebateu chute forte do atacante Campaz, com o rebote se oferecendo para Bitello, que conseguiu chutar pra fora.

Ora, se o Grêmio teve cinco reais chances para marcar e a Ponte Preta nenhuma, em que ela teria melhorado?

Talvez estejam confundindo a valentia da Ponte Preta como ingrediente de melhora, mas certamente se uma das citadas oportunidades fosse convertida pelo Grêmio, o discurso seria outro, até porque o time pontepretano não criou uma oportunidade sequer ao longo da partida.

Considerem que o time do Grêmio é competitivo, bem organizado em campo, mas exceto o atacante Ferreira e o zagueiro Geromel não tem jogadores de nível técnico diferenciado.

HÉLIO DOS ANJOS

Não pode passar despercebido que o treinador Hélio dos Anjos cometeu erro de conceito na escalação da Ponte Preta.

Injustificável ter entrado com Matheus Anjos como falso centroavante, mesmo desobrigado de ficar centralizado pra brigar com zagueiros adversários.

Provavelmente apenas Dos Anjos não percebeu que Matheus Anjos não jogava absolutamente e deveria ter sido substituído no intervalo, mas ficou em campo até o apito final.

Colocar Fessin como atacante de beirada pelo lado esquerdo igualmente não tem nada a ver.

E por que Wesley, que continua sem mobilidade?

SUBSTITUIÇÕES

Trocas de jogadores de ambos os lados durante o segundo tempo provocaram queda de rendimento, principalmente através do Grêmio, e assim o jogo ficou arrastado a partir da segunda metade do segundo tempo.

Em situações como esta, sempre lembro do bordão repetido a cada final de partida pelo ex-treinador Jair Picerni: ‘Futebol é resultado’.

Tivesse a Ponte Preta levado uma sapecada do Grêmio, provavelmente haveria até exagero em citação que nada mudou do rebaixamento do Paulista pra cá.

O empate serve para acomodar as coisas e representa ganho no aspecto psicológico para um time em fase de reconstrução, como a Ponte Preta.


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