Granadas usadas em ônibus do São Paulo tinham poder para matar

A fuselagem do ônibus do São Paulo ficou danificada e estilhaços voaram em direção de alguns jogadores.

A fuselagem do ônibus do São Paulo ficou danificada e estilhaços voaram em direção de alguns jogadores.

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São Paulo, SP, 28 (AFI) – O ataque à delegação do São Paulo precisa ser levado a sério. Segundo o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), as granadas encontradas na emboscada poderiam levar jogador, ou qualquer pessoa que tivesse contato com elas, à morte.

“Houve o seccionamento controlado de uma das amostras, para fazer o teste de efetividade, ou seja, verificar se o artefato era explosivo. Faz-se uma ressalva sobre esse ponto, tratando-se do vídeo que faz parte dos autos em que um dos artefatos foi submetido à combustão, configurando-se o impacto e a capacidade lesiva da combustão. Ou seja, arremessados, os artefatos poderiam provocar danos, lesões e até mortes. Houve, portanto, verificação positiva”, disse Vitor Haddad, especialista antibomba, ao Uol.

A fuselagem do ônibus do São Paulo ficou danificada e estilhaços voaram em direção de alguns jogadores. A polícia entrou em conflito com os delinquentes e três ficaram feridos. Foram presos 14 em flagrante, mas nove já foram liberados. O clube, inclusive, criticou a polícia por soltarem os bandidos.

Ônibus do São Paulo sofreu atentado no último sábado

Ônibus do São Paulo sofreu atentado no último sábado

INVESTIGAÇÃO
O trajeto do ônibus do São Paulo, alvo de ataques no último sábado, pode ter sido informado aos torcedores por um funcionário de dentro do clube. Essa possibilidade é investigada pela Polícia Civil de SP.

O veículo que conduzia a delegação do Tricolor rumo ao Morumbi para a partida contra o Coritiba, pela Brasileirão, foi atacada com pedras, que quebraram os vidros. Além disso, barras de ferros, rojões e até bombas caseiras foram encontradas no local. A Polícia Militar prendeu 14 pessoas, das quais cinco continuam presas.

O fator que desperta a possibilidade da informação ter partido de dentro do próprio clube é que a rota utilizada pelo São Paulo para chegar ao Morumbi foi considerada muito incomum pelos investigadores.

A troca da rota, tido como “Plano C” internamente, foi discutida entre membros do São Paulo e aceita pelo temor de uma emboscada caso o trajeto comum fosse utilizado, afinal o time vive momento de pressão.

APRESENTOU
O supervisor de segurança do clube, Marcos Roberto Costa dos Santos, foi o único funcionário do São Paulo a prestar depoimento. Ele compareceu ao 14º Distrito Policial, em Pinheiros, local do registro da ocorrência, na madrugada do último domingo.

Santos é responsável por intermediar, de maneira informal, a relação entre o clube e torcedores organizados, de acordo com policiais civis. No entanto, não indícios que o supervisor seja o responsável pelo vazamento das informações aos autores do ataque.

A polícia civil aguarda autorização da Justiça para quebra de sigilo telefônico dos celulares apreendidos. Além dos aparelhos dos 14 presos, a polícia também apreendeu o celular de Bruno Arcanjo da Silva, diretor da Torcida Independente, tido como responsável por planejar o ataque. Ele não estava presente no local e negou participação.