Goleada de 3 a 0 ficou barato para a Ponte Preta, no Mineirão
Time pontepretano foi facilmente envolvido pelos cruzeirenses
Goleada de 3 a 0 ficou barato para a Ponte Preta, no Mineirão
Há jogos em que o crítico tem que obrigatoriamente recorrer à cronologia.
Então, vamos a ela nesta goleada que a Ponte Preta sofreu para o Cruzeiro por 3 a 0, na noite desta quarta-feira, no Estádio do Mineirão.
Afora os gols, o Cruzeiro acertou duas bolas na trave: no primeiro tempo, em cabeçada de Airton; no segundo, através de Sassá.
Confira aí as defesas praticadas pelo goleiro Ivan.
Uma com Sassá cara a cara no primeiro tempo.
No segundo tempo, mesmo com visão encoberta, aos 17 minutos, ele espalmou chute certeiro do meia Régis.
Ainda defendeu duas finalizações precisas de Maurício e outra do lateral Daniel Guedes.
Gols perdidos do Cruzeiro: Sassá, de cabeça, no primeiro tempo; Jadson, no segundo tempo.
Chances da Ponte?
Apenas aos dois minutos, quando o goleiro Fábio, do Cruzeiro, fechou o ângulo do meia João Paulo, para praticar a defesa. E só.
Se o histórico do jogo fala por si só, a lógica indica que a Ponte escapou de uma histórica goleada.
Claro que o Cruzeiro fez boa partida, mas a Ponte esteve irreconhecível.
ERROS DA PONTE
Erro um: ora o treinador João Brigatti põe Lazaroni, ora o tira. Isso se justificaria se o outro lateral-esquerdo, Ernandes, correspondesse, o que não é o caso.
Erro dois: o Cruzeiro propunha o jogo e a Ponte apenas se defendia durante o primeiro tempo. Só que as jogadas dos mandantes eram direcionadas pelo lado esquerdo do ataque, justamente em noite que a Ponte não contava com o seu lateral-direito titular, Apodi, poupado.
Com Dawhan improvisado no setor, não seria motivo pra se redobrar a marcação por ali?
Por que não a inversão do posicionamento dos volantes, com Neto Moura no lado direito, considerando-se a postura de indisciplina tática de Oyama, que fica mais centralizado?
Com Dawhan envolvido com facilidade, o Cruzeiro criou as principais jogadas de ataque pelo lado esquerdo, e pelo ali construiu os dois primeiros gols.
Primeiro em perfeita cobrança do meio-campista Felipe Machado.
Depois, em troca de passes que implicou no zagueiro Luizão sair abruptamente à caça, envolvido no lance, e espaço para complemento do atacante Arthur Caíke, visto que o zagueiro Alison, que havia substituído o lesionado Wellington Carvalho, chegou tarde na cobertura.
TROCAS INJUSTIFICÁVEIS
Que o meia Luan Dias decepcionava no time pontepretano, ninguém contesta. Teria que sair.
Todavia, o que a Ponte ganharia com a entrada de Lazaroni na lateral, para que Ernandes ficasse mais avançado?
Tanto não ganhou que aos 17 minutos Brigatti o sacou para colocar Guilherme Pato, aberto pelo lado direito, e divorciado do conjunto.
Enquanto isso o Cruzeiro se rejuvenecia com a mobilidade de Maurício e Caio Rosa.
A partir disso, o Cruzeiro parecia um ‘trator’ em cima da Ponte, com Brigatti tão perdido quanto os seus comandados.
Das cobranças mais duras durante a entrevista coletiva, Brigatti se esquivou de revelar porque sequer relaciona o zagueiro Cléber Reis, desconversou quando questionado sobre posicionamento equivocado de seu time, e despistou ao citar que vai conversar com os atletas para saber aquilo que aconteceu.
GOL DE MANOEL
O que acontece não é de hoje, Brigatti.
O lance do terceiro gol do Cruzeiro explica a instabilidade que os zagueiros Luizão e Alison provocam na equipe, pois Manoel testou entre ambos, sem chances para defesa de Ivan.
O que acontece é que a Ponte atingiu 21 pontos ganhando apenas dois pontos de equipes acima da 10ª pontuação, casos de Operário e Vitória.
O que acontece é que a Ponte dispõe de um dos principais cabeceadores do Brasileiro da Série B – caso de Matheus Peixoto -, e raríssimas vezes se constava aquele cruzamento bem de fundo de campo que possa encontrá-lo de frente pra bola e zagueiros de lado.
Acontece que faltam treinos para se ajustar da melhor forma possível as características dos jogadores.
Acontece, também, que o meia Camilo faz uma tremenda falta ao time.