Goleada da Chapecoense não deve preocupar a Ponte Preta
Nem sempre o time que goleia 'passeia' em campo, e isso se aplica a Chape, que só precisou jogar um 'tostãozinho' a mais do que o limitado Londrina, para se impor
Que a Chape já mostrava mais volume ofensivo ainda no primeiro tempo, é fato. Depois construiu a vitória sem muito esforço
Campinas, SP, 23 (AFI) – Na tarde deste domingo, o pontepretano que preferiu o passeio em família ao conforto do sofá de sua casa, para assistir pela televisão ao jogo em que a Chapecoense aplicou goleada no Londrina por 3 a 0, no interior catarinense, está a perguntar: estaria a Chape com a bola cheia? Seria mais um risco para a Ponte Preta quando tiver que enfrentá-la a partir das 17h do próximo sábado?
Calma. Nem sempre o time que goleia ‘passeia’ em campo, e isso se aplica a Chapecoense, que só precisou jogar um ‘tostãozinho’ a mais do que o limitado Londrina, para se impor. Que a Chape já mostrava mais volume ofensivo ainda no primeiro tempo, é fato. E adianta se a bola cai justamente no pé do centroavante Ribamar – o mesmo que passou recentemente pela Ponte Preta -, que chutou em cima do goleiro Lucas Frigeri?
CRISTIANO
Aí, já no segundo tempo, em lance de cobrança de falta para a Chapecoense, eis que o lateral-esquerdo Cristiano, do time catarinense, se posicionou no lado oposto, no segundo pau, e livre de marcação testou para abrir o placar.
Um parêntese: Cristiano foi eleito pela equipe de transmissão da TV Bandeirantes o craque do jogo.
Craque? Pois o treinador interino da Ponte Preta, Felipe Moreira, viu, como nós, que Cristiano tem deficiências na marcação, não devidamente exploradas pelo Londrina.
A Ponte Preta saberá explorar?
Evidente que com a bola nos pés Cristiano sabe conduzi-la, mas daí a craque do jogo?
Enfim, em respeito a diversidade de opiniões, cada um fala aquilo que quer.
FORA DA ÁREA
O segundo gol da Chapecoense saiu de uma proposta colocada em prática pelos comandados do treinador Argel Fucks desde o primeiro tempo: arriscar chutes de fora da área.
Na prática, faltou pontaria para a Chapecoense neste expediente, pois até o segundo gol, na finalização do meio-campista Dudu Vieira, houve desvio do zagueiro Xandão, do Londrina, que traiu o goleiro Lucas Frigeri.
E o terceiro gol, com o miolo de zaga do time paranaense marcando em linha, Felipe Ferreira, livre, apenas escorou de cabeça.
VELOCIDADE E REBATIDA
Raramente a Chapecoense colocou em prática transição em velocidade ao ataque, com predominância de toque de bola de seus jogadores, até com certa lentidão, o que favorece o trabalho de recomposição do adversário. Apesar da habilidade no trato à bola, o meia Bruno Nazário não é veloz.
Como o Londrina abusou de alçar bola na área da Chapecoense, duas observações: exceto o quarto-zagueiro Victor Ramos, o demais do compartimento defensivo perderam várias disputas pelo alto para jogadores do Londrina, um indicativo que a Ponte Preta pode até explorar esse quesito. E mais: nas bolas alçadas pelo Londrina e rechaçadas pela marcação da Chapecoense, não se observava o direcionamento da rebatida, como se o necessário seria tirá-la dali.
Assim, incontáveis vezes o Londrina ficou com a chamada ‘segunda bola’, sem tirar proveito disso, o que significa que, em se repetindo o ‘enredo’, a Ponte Preta pode projetar como atingir o devido aproveitamento.