FPF e Portuguesa Santista divulgam notas repudiando caso de racismo no Paulistão Série A2
A FPF ainda afirmou que levará o caso as autoridades policiais da cidade de Santos para quem cometeu esse crime seja punido
Tom Cristian, ouviu palavras racistas vindos da arquibancada da própria torcida da Portuguesa Santista

Santos, SP, 20 (AFI) – Mais um caso triste, agora no futebol brasileiro. Na noite desta quinta-feira (20), no duelo que fechou a 11ª rodada da primeira fase do Paulistão Série A2, no qual o São José venceu a Portuguesa Santista, por 3 a 0, em pleno estádio Urlico Mursa, o goleiro Tom Cristian foi vítima de racismo.
Após o terceiro gol marcado pelo time rival aos 30 minutos do segundo tempo, o clima do estádio Urlico Mursa ficou tenso. A confusão começou após os torcedores da própria Briosa arremessarem diversos objetos em direção as jogadores. Foi nessa hora que foi possível ouvir os atos racistas contra o goleiro Tom Cristian vindas de sua própria torcida. Em seguida, alguns jogadores da Portuguesa Santista até foram ao alambrado tentar contornar a situação, mas sem sucesso.
Por isso, a arbitragem e as comissões técnicas resolveram reunir os atletas no centro do gramado. Enquanto isso, o trio de arbitragem conversava com o árbitro da partida. O goleiro Tom também se recusou de voltar a atuar e com isso, momentos depois, o árbitro deu a partida como encerrada, cerca de 12 minutos antes do previsto.
Incomodados com a situação, a própria Portuguesa Santista e a Federação Paulista de Futebol emitiram notas de repúdio. A entidade reinterou sua posição antirracista e afirmou que está prestando todo atendimento e acolhimento necessário ao atleta.
A FPF ainda afirmou que levará o caso as autoridades policiais da cidade de Santos para quem cometeu esse crime seja punido. Além de ter prometido encaminhar o caso ao Tribunal de Justiça Desportiva, que pode acarretar multas para a Portuguesa Santista.
CONFIRA A NOTA DA FEDERAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL NA ÍNTEGRA:
A Federação Paulista de Futebol vem a público manifestar seu repúdio às ofensas racistas contra o goleiro da Portuguesa Santista, Winston Cristian dos Santos, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira. Os atletas e comissão técnica da Portuguesa Santista se recusaram a continuar o jogo. Assim, a partida foi paralisada e encerrada aos 76 minutos. Profissionais da FPF no local estão prestando todo atendimento e acolhimento necessário ao atleta.A FPF encaminhará o caso às autoridades competentes para que todas as providências sejam tomadas, e os indivíduos que cometeram o crime sejam identificados e punidos com o maior rigor da lei.
O caso também será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva, que avaliará todo o caso.
A FPF reitera sua posição antirracista, corroborada pelo inédito Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no futebol paulista, que dita procedimentos contra todo tipo de preconceito e intolerância no esporte.
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CONFIRA A NOTA DA PORTUGUESA SANTISTA
Os valores da Associação Atlética Portuguesa se traduzem em sua história. Uma história de luta contra todo tipo de preconceito, sobretudo o racial.
A Briosa é o clube que enfrentou o Apartheid e, por isso, repudia o episódio de racismo relatado pelo goleiro Tom, que teria ocorrido na noite desta quinta-feira (20), na partida diante do São José, válida pelo Paulistão A2.
Neste momento, a diretoria da Briosa está debruçada em identificar os envolvidos no episódio, para que sejam punidos em conformidade com a lei.