Flamenguista preso por atirar garrafa e matar palmeirense é indiciado por homicídio doloso

"Com certeza ele pegará uma pena bastante alta", afirmou Cesar Saad, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva

Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, torcedor flamenguista, vai responder por homicídio doloso

Flamenguista indiciado por homicídio doloso
Torcedor é indiciado por homicídio doloso

Rio de Janeiro, RJ, 10 – Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, torcedor do Flamengo preso em flagrante por atirar a garrafa que atingiu e matou a palmeirense Gabriela Anelli teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta segunda-feira, 10, e vai responder por homicídio doloso, quando há a intenção de matar.

Cesar Saad, titular da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), afirmou que o flamenguista não arremessou a garrafa de vidro em direção a Gabriela, mas disse que ele assumiu o risco ao jogar propositalmente o objeto no local em que estavam torcedores do Palmeiras. “Com certeza ele pegará uma pena bastante alta”, previu Saad. “É um crime com qualificadora. Vai aumentar a pena dele o fato de matar alguém com uma garrafada. É crime de motivo fútil”.

Flamenguista indiciado por homicídio doloso
Torcedor é indiciado por homicídio doloso

FLAMENGUISTA INIDICIADO

Leonardo é do Rio de Janeiro, foi membro de uma organizada do clube, a Fla Manguaça, mas não veio a São Paulo com integrantes de uniformizadas. Ele não tinha passagem pela polícia. O flamenguista foi preso em flagrante após o ocorrido, passou por audiência de custódia e teve sua prisão convertida em preventiva depois de confirmada a morte da jovem torcedora do Palmeiras.

O crime aconteceu por volta das 18h30 do último sábado, 8, duas horas e meia antes do início do jogo entre Palmeiras e Flamengo, em frente ao portão C do Allianz Parque, na rua Padre Antônio Tomas, por onde entram torcedores visitantes. Havia uma proteção de metal para separar os flamenguistas dos palmeirenses, mas ela não foi suficiente para evitar a morte da torcedora. Uma outra pessoa também foi ferida pelos estilhaços.

A Polícia Civil trabalha, agora, para conseguir imagens que registram o exato momento em que a garrafa é atirada, e também busca identificar outros envolvidos na confusão. “A gente vai trabalhar para identificar, por meio do reconhecimento facial, outros torcedores que estavam envolvidos também nessa briga”, declarou o delegado.

Gabriela foi socorrida no posto de atendimento do Allianz Parque. Ao ser constatada a gravidade dos ferimentos, ela foi encaminhada à Santa Casa, onde ficou internada. A palmeirense teve duas paradas cardíacas, ficou em coma induzido e morreu na madrugada desta segunda-feira.

O irmão de Gabriela, Felipe Anelli, confirmou a morte da palmeirense em uma publicação nas redes sociais. “Sei o quanto você lutou cada segundo. Você foi de fato uma guerreira. Olhe por nós do céu e proteja nossa família”, escreveu.

Os familiares da torcedora chegaram a fazer uma campanha na redes por doações de sangue para ajudá-la. Palmeiras e seus três maiores rivais de São Paulo lamentaram “profundamente” a morte da jovem e pediram o fim da impunidade e da violência no futebol.

Ricardo Magatti

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