Fifa e Conmebol aprovam a volta da 'normalidade' na CBF
CBF recebeu a ‘benção’ da comissão da Fifa, após uma crise política e institucional de grandes proporções vividas pela CBF desde o mês passado
Rio de Janeiro, RJ, 8 (AFI) – Depois de reassumir a presidência da CBF quase no apito final da disputa pelo poder, Ednaldo Rodrigues segue a encenação de uma série de capítulos para tentar demonstrar a normalidade dentro da maior entidade do futebol brasileiro. Agora ele recebeu a ‘benção’ da comissão da Fifa, após uma crise política e institucional de grandes proporções vividas pela CBF desde o mês passado.
O presidente recebeu, nesta segunda-feira o diretor de assuntos jurídicos da Fifa, Emílio Garcia, e o gerente jurídico da Conmebol, Rodrigo Aguirre. Mais uma ‘encenação’ de possíveis riscos que o Brasil corria caso não chegasse num denominador comum para a direção da entidade.
Além dos dois visitantes e do presidente da CBF, participaram do encontro o diretor de Governança e Conformidade da CBF, Hélio Menezes, e o secretário-geral da entidade, Alcino Rocha. Ednaldo só voltou ao poder após uma manobra política bem articulada pelo PCdoB – Partido Comunista do Brasil – que acabou com uma decisão (‘canetada’) de Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
AGORA SEM RISCOS…
No encontro, Garcia afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal na quinta-feira (4) evitou que o Brasil corresse sério risco de ser excluído de competições internacionais e reconheceu Ednaldo como o presidente da entidade.
“A Fifa veio aqui para poder garantir a independência da CBF e o cumprimento dos estatutos da Fifa e da Conmebol. Ficamos aliviados com a decisão do STF que restaura a presidência da CBF a Ednaldo, estamos contentes que voltamos à situação original”, disse Garcia, para depois exagerar em seus argumentos pouco convincentes.
FICOU CONVENCIDO?
Depois de cometer uma série de erros no comando da CBF, tanto na seleção brasileira como também na parte administrativa, Ednaldo Rodrigues voltou com força total e tenta colocar panos quentes em tudo. Fala Normalmente, como se nada tivesse acontecido, nem mesmo tivesse vivido nos últimos 30 dias uma enorme turbulência em suas gestão. Segundo ele, o momento agora é de “restaurar a normalidade do futebol brasileiro”. E promete ações rápidas, como a demissão do técnico Fernando Diniz e o acerto com Dorival Júnior.
“Temos muitos compromissos que são inadiáveis e urgentes com relação ao calendário do futebol brasileiro, com todas as competições. É o que sabemos fazer e organizar. Queremos que a partir de agora nos concentremos no desenvolvimento do futebol brasileiro, em todos as suas modalidades, em todos os seus segmentos e em todos os seus Estados.”
HISTÓRICO DA DISPUTA
Em 7 de dezembro, a Justiça do Rio nomeou um interventor para a CBF. No dia 4 de janeiro, o ministro do STF, Gilmar Mendes, determinou a recondução de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF.
O ministro considerou que havia “risco iminente de não inscrição da Seleção Brasileira Sub-23 no torneio Pré-Olímpico”, reiterando que a Fifa não reconhecia como legítimo o interventor indicado pela Justiça do Rio à CBF.
Antes de tomar sua decisão, Gilmar Mendes solicitou pareceres da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União sobre o caso. Ambos defenderam Ednaldo Rodrigues. Ele, agora, tenta restabelecer contatos com as 27 Federações e com os clubes das Séries A e B do Brasileiro, que têm direito a voto. Os representantes dos clubes foram convidados para estarem no Rio de Janeiro nesta segunda e na terça-feira.