Fechar a 'meiúca' não seria alternativa válida ao Guarani?
Há muitas queixas contra a preparação física do Guarani, mas acho que isso é resultado de muita intensidade em determinados momentos dos jogos.
O Bugre tem pautado por jogos de muita intensidade durante o 1º tempo, ocasião em que encurrala adversários e os deixa asfixiados lá atrás.
Campinas, SP, 26 (AFI) – Do jeito que reclamam da preparação física do Guarani, até parece que os culpados são membros do departamento específico do clube, mas a coisa não é bem assim. O Bugre tem pautado por jogos de muita intensidade durante o primeiro tempo, ocasião em que encurrala adversários e os deixa asfixiados lá atrás.
Logo, um eventual decréscimo de rendimento físico é natural para quem adota essa postura, sem que isso seja o indicativo vital para mau condicionamento do grupo.
RÉGIS E BRUNO JOSÉ
Tem sido notório, sim, queda brusca de rendimento físico de dois jogadores no time bugrino, casos do meia Régis e atacante Bruno José, e não o todo, como acusam. O meia Régis mostra gás para acompanhar o ritmo dos demais até uns 15 minutos do segundo tempo, período em que o time bugrino tem controlado basicamente os jogos.
Como nesse transcorrer ele tem se prevalecido na posse de bola, os riscos em sua defesa são calculados.
E quando Régis deixa de articular jogadas, reduz aquele desassossego à defensiva adversária que, com mais posse de bola, passa a ocupar o irremediável buraco que fica no meio de campo bugrino, com atribuição basicamente dos volantes para a marcação, visto que ora Bruninho, ora Isaque, quando se revezam como titulares, não têm características de ‘ladrões de bola’, mesmo ocupando espaços por dentro para marcação.
Isso com o agravante do atacante de beirada Bruno José, atleta de muita intensidade na atribuição do vaivém, sucumbir até a metade do segundo tempo. Logo, é sintomático que não acompanhe avanços de laterais adversários quando acusa cansaço.
GENERALIZAÇÃO
Portanto, esse negócio de generalizar a preparação física do Guarani é relativo para quem não busca o devido detalhamento. Por vezes, contra adversários ineficazes ofensivamente, a defensiva bugrina tem segurado o ‘rojão’, quando exigida, mas tem-se que considerar que a equipe não conta com um primor de quarteto defensivo, tanto que os zagueiros Alan Santos e Lucão não se acanham em dar chutões.
Aliás, em resenha com o jornalista Élcio Paiola, diretor de Redação do FI, a colocação dele é que o clube precisa contratar mais um zagueiro, com argumento que Alan Santos é volante de origem, e teria sido adaptado tempos atrás ao miolo de zaga. Não vejo a coisa desta forma. A dupla de zaga do Guarani se nivela à maioria das equipes desta Série B do Brasileiro.
Já coloquei com clareza que o treinador Bruno Pivetti precisa buscar o exato tempero de fechar um pouco mais o meio de campo, até porque é melhor usar a velocidade de Bruno José essencialmente no ataque, como fez como sabedoria o então interino Moisés Moura, ao substituir Mozart Santos.
TRÊS VOLANTES
Como o volante Matheus Bueno já deu mostras que sabe se posicionar mais adiantado e acerto nos passes, logo poderia ser uma das alternativas viáveis à montagem da ‘meiúca’ com três volantes: ele, Matheus Barbosa e Wenderson, em proposta que implicaria abrir mão quer de Bruninho, quer de Isaque entre os titulares.
Três volantes não significa necessariamente que o time procura postura defensiva. Tudo depende das características de cada jogador. Seja assim ou em busca de outra alternativa, essa buraqueira na ‘meiúca’ do Guarani precisa ser corrigida, para a devida compactação da equipe.
Com Régis na função de meia-atacante, mais dois ofensivos pelas beiradas e um centroavante, por vezes o Guarani se vê no obsoleto esquema 4-2-4.