Faltaram explicações, hein Eberlin?
O dirigente, habilmente, se antecipou às perguntas e não tratou à fundo os principais problemas da Ponte Preta no presente e no futuro
Eberlin, ficou desatualizado do futebol, ao não acompanhar jogos das equipes do Brasileiro da Série B na temporada passada. Deu no que deu.
Campinas, SP, 23 (AFI) – Dois dias após o rebaixamento da Ponte Preta à Série A2 do Paulista, foi o tempo suficiente para o presidente Marco Eberlin assumir o golpe, matar a bola no peito, colocá-la no chão e sair jogando na modalidade esportiva chamada blá-blá-blá, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Antecipando-se a perguntas que lhe imputariam culpa pelo desastre, foi logo fazendo confissão de seus erros na montagem do elenco, sem deixar de juntar outros culpados.
Lembrou que cofres vazios do clube impediram investimentos pesados em jogadores de retorno assegurado. Culpou o escasso tempo para avaliação de jogadores contratados, e admitiu demora para definir o desligamento do treinador Gilson Kleina.
DESATUALIZADO
Aí caberia inicialmente uma introdução de que ele, Eberlin, ficou desatualizado do futebol, ao não acompanhar jogos das equipes do Brasileiro da Série B na temporada passada.
Na hipótese dele interceder antes mesmo da pergunta e citar que em momento algum deixou de acompanhar jogos, principalmente aqueles com envolvimento da Ponte Preta, a réplica seria imediata.
Então por que contratou o zagueiro Fabrício?
Não constatou que o atleta participou daquele time rebaixado do Paraná Clube em 2020 à Série C do Campeonato Brasileiro? Teria visto atuações do atleta pelo CSA no Brasileiro da Série B do ano passado?
Já disse aqui que dirigente antenado ao futebol precisa ter o perfil do ex-presidente Beto Zini, do Guarani, quando questionava escalações desproporcionais de treinadores.
Longe de imaginar que o zagueiro Fábio Santos esteja alinhado à primeira linha, mas convenhamos que merecia vaga na equipe no lugar de Fabrício.
E aí Eberlin: por que deixou o treinador Hélio dos Anjos ‘tocar a banda’ do jeito dele?
Ora, Hélio cometeu alguns absurdos na proporção de Kleina, ou é normal admitir a escalação do garoto Jean Carlos, lateral-esquerdo, contra o Corinthians, sabendo-se da vulnerabilidade dele na marcação?
E você ainda banca a permanência de Hélio com esses conceitos? Vai vendo, Eberlin?
EMPRESTADOS DO CORINTHIANS
Essa leva de jogadores disponíveis do Corinthians que aportou na Ponte Preta precisa ser explicada.
Seria ingerência de empresários e dirigentes da Ponte engoliram?
Conheciam as condições técnicas de cada um, ou seria relacionamento estreito com dirigentes corintianos?
Aí, voltando ao tema Eberlin desinformado, bastaria ter olhado jogos do Náutico pra chegar à clara conclusão que nada recomendaria o empréstimo do volante Matheus Jesus.
Saberia Eberlin que o lateral-direito Norberto perdeu a vaga de titular para um volante improvisado – caso de Rômulo – no time do Cruzeiro, temporada passada?
Ora, sem a devida sintonia com o futebol, não seria recomendável Eberlin ter contratado um superintendente de futebol competente para gerir o departamento, até que voltasse a ter sintonia com o meio?
CINCO DE NOVEMBRO
Devido à próxima edição da Copa do Mundo, o Brasileiro da Série B vai se estender até o dia cinco de novembro.
Menos mal para a Ponte Preta, pois acertadamente Eberlin programou contratos de todos os jogadores contratados até o final desta temporada, conforme levantamento feito em portais esportivos quando foram anunciados.
Já que se fala em reformulação de aproximadamente 50% do elenco, resta saber se os jogadores que chegarem vão topar fazer contratos com duração de oito meses, até outubro e comecinho de novembro.
Hipótese de contrato alongado para 2023 implica em dois problemas: paralisação das atividades durante dois meses – novembro e dezembro -, devido à Copa do Mundo, e clubes arcando com custo de salários.
Segundo e principal problema: orçamento da Ponte Preta para o Paulista da A2 será infinitamente inferior ao Paulistão, o que implica em contratações de atletas de custos significativamente menores.
Esse é mais um dos grandes problemas para gestores da Ponte Preta.