Falta alguém pra discutir futebol com Dos Anjos, na Ponte Preta

Ele incorre em problema detectável na maioria dos treinadores: nervosismo à beira do gramado. E isso atrapalha nas decisões à beira do campo.

Que Dos Anjos tem as suas virtudes, principalmente em apostar na revelação da garotada, isso é fato inquestionável. Mas não é absoluto.

Paulista A2 - Lemense x Ponte Preta
Dos Anjos 'briga' até em jogos fáceis. Foto: Thiago Almeida - AAPP

Campinas, SP, 8 (AFI) – Ainda está difícil para o pontepretano digerir a precoce eliminação da Copa do Brasil, na derrota por 2 a 0 para o Brasil de Pelotas, considerando-se que ela ocorreu diante de um adversário inegavelmente inferior no aspecto técnico.

Teorias é que não faltam sobre como a Ponte Preta conseguiu perder aquele jogo, cujo centroavante é Da Silva, que ano passado vestiu a camisa dela, sem deixar a mínima saudade ao seu torcedor.

É voz corrente que faltou à boleirada da Ponte Preta entrar em campo com a ‘faca nos dentes’, que em jogo de ‘mata’ qualquer erro é fatal, mas a coisa vai além disso.

WEVERTON

Foi pontuado na coluna pós-derrota para o Brasil que o treinador Hélio dos Anjos herdou de incontáveis de seus comandantes dos tempos de atleta aquele absolutismo.

Julga que as suas decisões são corretas e que se lasquem aqueles que pensam ao contrário.

O lateral-direito Weverton até pode render bem mais daquilo que mostrou, mas por ora não convence. E por que essa teimosia da insistência dele como titular?

Se é que Dos Anjos sempre arruma um jeito para escalar o polivalente Júnior Tavares, então paute para que dispute a posição com Artur, na lateral-esquerda.

Esse negócio de apostar em dobra de laterais é um troço que não me convence.

VOLANTES

Essa falta de coordenação de posicionamento de volantes se arrasta desde o início do ano.

Como Léo Naldi tem avançado de forma contínua, e por vezes irreverente, a proteção na cabeça da área pelo setor direito, que supostamente estaria incumbido, deveria ser feita por outro atleta, mas o que se vê é um buraco por ali, sem a devida correção.

A rigor, essa desconexão não vem de hoje, e tem provocado comprometimento à equipe, com gols de adversários.

NERVOSISMO

Que Dos Anjos tem as suas virtudes, principalmente em apostar na revelação da garotada, isso é fato inquestionável.

Só que ele incorre em problema detectável na maioria dos treinadores: nervosismo à beira do gramado.

Enquanto fica ‘se mordendo’ de raiva com a arbitragem, falta-lhe a serenidade de treinadores como Dino Sani e o saudoso Carlinhos (ex-Flamengo), ligados a mil por hora nas peças do tabuleiro, no gramado.

Se apenas faltou ao Brasil de Pelotas puxar até o seu presidente, para incorporar a marcação nas imediações de sua própria área, por que Dos Anjos não freou aqueles infrutíferos chuveirinhos de seus jogadores, sempre interceptados?

O QUE FAZER?

Ora, qual o jogador de maior habilidade no time pontepretano?

Pablo Dyego, correto?

Então, naquela situação tenebrosa para se infiltrar na defesa do Brasil, qual a indicação convincente?

Já que a Ponte tinha a posse de bola, que Pablo Dyego ficasse centralizado, em tentativa de jogada pessoal, para, em última análise, sofrer faltas nas proximidades da área adversária.

Como o pensamento precisa ser por inteiro, qual seria o jogador mais indicado para tais cobranças de faltas?

Cássio Gabriel, pois daquela leva é um daqueles que pegam melhor na bola.

Todavia, demorou para o comandante colocar esse meia em campo.

Na falta de gente com fartos argumentos para discutir futebol com Dos Anjos, no eixo comissão técnica/diretoria, ele se considera absoluto e nem sempre toma as decisões corretas.

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