EXCLUSIVO! Meia Matheuzinho, ex-Vila Nova, relata drama no Sudão

Jogador chegou ao Al-Merreikh nesta temporada após boa Segundona pelo Tigre e falou em exclusividade sobre sua rotina no país africano

Matheuzinho é um dos quatro brasileiros no Al-Merreikh, do Sudão, e conversou com o Portal Futebol Interior sobre os dias de guerra

Matheuzinho Al-Merrikh
Matheuzinho chegou ao Al-Merrikh neste ano (Foto: Divulgação - Al-Merrikh)

Campinas, SP, 19 (AFI) – O meia Matheuzinho, que passou pela base de Corinthians e Bragantino, vive dias dramáticos no Sudão. Atualmente defendendo as cores do Al-Merrikh SC, é mais um dos brasileiros a ver de perto a realidade da crise política em solo sudanês, gerando ainda uma guerra aberta entre generais.

DIAS TENSOS

Matheuzinho, que estava no Vila Nova na última temporada, conversou com a reportagem do Portal Futebol Interior sobre o caos no país. O meio-campista afirmou que se transferiu, neste ano, visando a disputa da Champions League da CAF e melhor salário, porém disse que a rotina está cada vez mais difícil, buscando ver sua família o quanto antes.

“Vim para o Sudão porque financeiramente era muito bom e também jogaríamos a Champions League da CAF, onde o campeão vai para o Mundial de Clubes, o que dá bastante visibilidade. Os dias, porém, estão sendo tensos, sem nem sair de casa e com pouca comida. Muitos tiros e bombas, é uma rotina difícil. Primeiro passo é sair daqui e ver minha família”, disse Matheuzinho ao FI.

MATHEUZINHO APROVA EXPERIÊNCIA

Contratado pelo clube africano — que é comandado por Heron Ferreira e tem outros dois conterrâneos no elenco — após disputar a Segundona pelo Tigre, o atleta afirmou ter que conseguir uma adaptação rápida, mesmo ciente das diferenças. Apesar da cultura totalmente diferente, Matheuzinho aprovou a experiência futebolística.

Cultura, comida e horários de treinamento são muito diferentes. É difícil se adaptar rápido, mas nós que estamos no país deles, então temos que nos adaptar o quanto antes. Já a experiência — futebolisticamente falando — foi boa, pois pude jogar Champions League da CAF e Arab Cup na Arábia Saudita, são dois bons campeonatos; sudanês não tem tanta visibilidade”, encerrou.

O QUE ACONTECEU

Líder da FAR (Forças de Apoio Rápido), Hemedti seria contra o acordo de transição, assinado em dezembro do ano passado por forças militares e representantes civis, de integrar os grupos paramilitares ao exército do Sudão.

O desejo de Hemedti é tirar o general Abdel Fatah al Burhan do poder. Ele se tornou líder do Sudão depois de um golpe dado em outubro de 2021, quando derrubou o primeiro-ministro civil Abdalla Hamdok e acabou com a transição democrática.

De acordo com o Sindicato dos Médicos Sudaneses, o conflito entre forças do governo e paramilitares deixou mais de 180 pessoas mortas e cerca de 1.800 feridos.

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