Estilo de cabeceio de Yuri, do Guarani, lembra atacantes do passado

Yuri, atacante do Guarani
Yuri chegou e deu conta do recado no Guarani. Foto: Thomaz Marostegan - GFC

Campinas, SP, 15 (AFI) – Quem foi o ‘autor’ da descoberta do centroavante Yuri Tanque, do Guarani?

É praxe a mídia ser intolerante com a cartolada quando os clubes de Campinas cometem erros crassos em contratações.

Logo, no acerto, é prudente que se dê nome e sobrenome, mesmo sabendo-se que o dirigente desconhecia o atleta e confiou na informação do indicante.

O futebol do Guarani melhorou um ‘tiquinho’ só, mas nas raras oportunidades criadas nas últimas partidas, o aproveitamento tem sido singular.

Claro que defensivamente há mais compactação e consequente dificuldade para penetração ao adversário, e isso se deve sim ao treinador Mozart Santos, embora cabe citar que na organização de jogadas ofensivas o time bugrino ainda está carente, dependendo de lampejos do meia Giovanni Augusto.

De qualquer forma é válida a tentativa de se colocar velocidade para transição ofensiva, assim que a bola é recuperada.

Lance de jogo do Guarani na Série B
Yuri se destacou com suporte de Giovanny Augusto. Foto: Luciano Claudino – GFC

IMPULSÃO E COORDENAÇÃO

O estilo de cabeceio de Yuri Tanque, 24 anos de idade, 1,85m de altura, e com vínculo ao Guarani até o final do Paulistão de 2023, difere-se da maioria.

Quando se projeta à área adversária a espera de cruzamentos, com sabedoria distancia-se no mínimo meio metro do marcador, o bastante para colocar em prática a impressionante impulsão.

Dispondo de caixa torácica avantajada, 79 quilos, mesmo em caso de choque no ar, na maioria das vezes não é deslocado para perder o equilíbrio.

Assim, tem ganhado com folga disputas pelo alto.

Incontinenti, mostra coordenação e força em testada na bola, para que ela seja direcionada à meia altura ou no chão, fora do alcance de goleiros.

Se é característica natural a impulsão, a definição sobre o rumo da bola é coisa difícil.

De certo, Yuri Tanque participa de frequentes treinamentos que visam o aprimoramento.

LEIVINHA

Saudosistas hão de convir que o estilo de cabeceio de Yuri Tanqui lembra o do ex-atacante Leivinha, nos tempos de Portuguesa, Palmeiras e futebol espanhol, nos anos 60 e 70.

A mesma impulsão pra sair do chão e o rumo da testada, que resultam em incontáveis gols.

Claro que tecnicamente Leivinha tinha muito mais recursos e desmontava marcadores com dribles desconcertantes, o que não é o caso de Yuri Tanque.

No Guarani do final da década de 60, destacavam-se dois cabeceadores neste estilo: os saudosos Zé Roberto e Wanderlei, irmão do ex-flamenguista Silva, um dos melhores cabeceadores de todos os tempos do futebol brasileiro.

CAPIVARIANO

Claro que para lidar com a bola no chão Yuri Tanque é jogador comum e sequer tem velocidade, mas a compensação pelo alto justificou plenamente a contratação.

Se no Capivariano, de passagem anterior, o histórico foi de dez gols em 20 jogos, no Guarani já são quatro gols em seis jogos como titular.

Essa é a mais clara resposta aos antecessores da posição no clube, que não conseguiram se deslanchar.

Yuri Tanque marcou contra Tombense, Operário e Sampaio Corrêa na bola aérea, e com o pé direito diante do Vila Nova.

Na reserva nos primeiros três jogos, após ter sido contratado na janela de transferência, foi fixado como titular depois da lesão de Jenison, contra o Náutico.

Os direitos econômicos dele estão vinculados ao Coimbra (MG).


Em tempo – Meu editor, Élcio Paiola, me lembra aqui que Yuri Tanque foi eleito o ‘Melhor Centroavante” da Seleção Paulista da Série A3, eleita em conjunto pelo FUTEBOL INTERIOR e pelo Sindicato dos Atletas, com apoio da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Mas o próprio Élcio Paiola, com mais de 40 anos de futebol, também se surpreendeu com a rápida transição do atacante, de uma Série A3 para a Série B do Brasileiro.

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