Estilo de cabeceio de Yuri, do Guarani, lembra atacantes do passado
Campinas, SP, 15 (AFI) – Quem foi o ‘autor’ da descoberta do centroavante Yuri Tanque, do Guarani?
É praxe a mídia ser intolerante com a cartolada quando os clubes de Campinas cometem erros crassos em contratações.
Logo, no acerto, é prudente que se dê nome e sobrenome, mesmo sabendo-se que o dirigente desconhecia o atleta e confiou na informação do indicante.
O futebol do Guarani melhorou um ‘tiquinho’ só, mas nas raras oportunidades criadas nas últimas partidas, o aproveitamento tem sido singular.
Claro que defensivamente há mais compactação e consequente dificuldade para penetração ao adversário, e isso se deve sim ao treinador Mozart Santos, embora cabe citar que na organização de jogadas ofensivas o time bugrino ainda está carente, dependendo de lampejos do meia Giovanni Augusto.
De qualquer forma é válida a tentativa de se colocar velocidade para transição ofensiva, assim que a bola é recuperada.
IMPULSÃO E COORDENAÇÃO
O estilo de cabeceio de Yuri Tanque, 24 anos de idade, 1,85m de altura, e com vínculo ao Guarani até o final do Paulistão de 2023, difere-se da maioria.
Quando se projeta à área adversária a espera de cruzamentos, com sabedoria distancia-se no mínimo meio metro do marcador, o bastante para colocar em prática a impressionante impulsão.
Dispondo de caixa torácica avantajada, 79 quilos, mesmo em caso de choque no ar, na maioria das vezes não é deslocado para perder o equilíbrio.
Assim, tem ganhado com folga disputas pelo alto.
Incontinenti, mostra coordenação e força em testada na bola, para que ela seja direcionada à meia altura ou no chão, fora do alcance de goleiros.
Se é característica natural a impulsão, a definição sobre o rumo da bola é coisa difícil.
De certo, Yuri Tanque participa de frequentes treinamentos que visam o aprimoramento.
LEIVINHA
Saudosistas hão de convir que o estilo de cabeceio de Yuri Tanqui lembra o do ex-atacante Leivinha, nos tempos de Portuguesa, Palmeiras e futebol espanhol, nos anos 60 e 70.
A mesma impulsão pra sair do chão e o rumo da testada, que resultam em incontáveis gols.
Claro que tecnicamente Leivinha tinha muito mais recursos e desmontava marcadores com dribles desconcertantes, o que não é o caso de Yuri Tanque.
No Guarani do final da década de 60, destacavam-se dois cabeceadores neste estilo: os saudosos Zé Roberto e Wanderlei, irmão do ex-flamenguista Silva, um dos melhores cabeceadores de todos os tempos do futebol brasileiro.
CAPIVARIANO
Claro que para lidar com a bola no chão Yuri Tanque é jogador comum e sequer tem velocidade, mas a compensação pelo alto justificou plenamente a contratação.
Se no Capivariano, de passagem anterior, o histórico foi de dez gols em 20 jogos, no Guarani já são quatro gols em seis jogos como titular.
Essa é a mais clara resposta aos antecessores da posição no clube, que não conseguiram se deslanchar.
Yuri Tanque marcou contra Tombense, Operário e Sampaio Corrêa na bola aérea, e com o pé direito diante do Vila Nova.
Na reserva nos primeiros três jogos, após ter sido contratado na janela de transferência, foi fixado como titular depois da lesão de Jenison, contra o Náutico.
Os direitos econômicos dele estão vinculados ao Coimbra (MG).
Em tempo – Meu editor, Élcio Paiola, me lembra aqui que Yuri Tanque foi eleito o ‘Melhor Centroavante” da Seleção Paulista da Série A3, eleita em conjunto pelo FUTEBOL INTERIOR e pelo Sindicato dos Atletas, com apoio da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Mas o próprio Élcio Paiola, com mais de 40 anos de futebol, também se surpreendeu com a rápida transição do atacante, de uma Série A3 para a Série B do Brasileiro.