Estava Escrito
Esperei passar a ressaca para escrever minha coluna. Embora tudo já estivesse escrito ou pelo menos anunciado o momento do rebaixamento dói em todos. Guarani e Ponte Preta escreveram, neste último final de semana, a mais triste página do futebol campineiro. O descenso dos times, confirmado nas últimas partidas, reflete uma série de erros cometidos ao longo do tempo.
Esperei passar a ressaca para escrever minha coluna. Embora tudo já estivesse escrito ou pelo menos anunciado o momento do rebaixamento dói em todos. Guarani e Ponte Preta escreveram, neste último final de semana, a mais triste página do futebol campineiro. O descenso dos times, confirmado nas últimas partidas, reflete uma série de erros cometidos ao longo do tempo.
É cômodo para os atuais dirigentes atribuir às administrações anteriores o insucesso no futebol, como também é comum ouvirmos antigos comandantes argumentarem que o clube estava bem, até quando estiveram lá. Não existe um motivo. Há várias razões. Futebol não se faz sem dinheiro, mas só com ele também difícil. Hoje administrar um clube é muito diferente de antigamente.
As importâncias envolvidas e necessárias para o bom andamento das coisas, são muito altas. A Ponte na série B do Brasileiro vai ver como as dificuldades de hoje são muito além das enfrentadas há 10 anos, quando disputou esta competição. A receita será menor e com visibilidade, também menor, os diretores terão que ter muita criatividade para buscar recursos. Sem contar com futebol que vai precisar de uma pessoa não só experiente, mas que tenha sobretudo, conhecimento desta divisão e hoje a Ponte não tem.
Quanto ao Guarani a situação é ainda pior. Série A2 do Paulista e Série C do Brasileiro significam estágios inimagináveis para os torcedores bugrinos. Quem já teve o delírio de comemorar o título brasileiro de 78, vê o time agora na última divisão do Brasil, com o risco de disputar uma vez e não ter a vaga no outro ano, por não atender aos requisitos da competição.
Como dizia meu velho e querido pai “impossível é Deus pecar”, por isso acredito ainda na recuperação no nosso futebol. Não é possível que tenhamos desaprendido. Vai ser uma longa estrada, mas vamos chegar lá. Campinas é muito grande. Temos exemplos assustadores de cidades que sucumbiram de vez com os rebaixamentos dos times.
Mas acredito na força de Campinas, na sua imprensa, nas torcidas que sempre ajudaram e estiveram presentes quando os times precisaram. A dor, só não foi maior porque a tristeza foi coletiva. Quando todos sentem, o sofrimento é minimizado. Temos o direito de exigir dos dirigentes muito trabalho e dedicação. Quem não quiser enfrentar a situação agora, que pule fora do barco, porque ainda estamos ancorados. Depois de zarparmos não terá volta. Quem claudicar terá que pagar pelos atos. Vamos estar de olho!
Ninguém poderá se valer do status de ser presidente dos nossos clubes sem assumir as responsabilidades e o ônus do cargo
Um abraço e boa sorte!