Estamos de Luto. Dalmo Pessoa morreu.

Dalmo foi prá mim um verdadeiro guru que abriu espaço entre as grandes feras do jornalismo e radialismo esportivo

Dalmo foi prá mim um verdadeiro guru que abriu espaço entre as grandes feras do jornalismo e radialismo esportivo

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A notícia surgiu segunda-feira pela primeira vez na coluna de Milton Neves. Foi um choque. Sabia que meu velho amigo há algum tempo estava mal de saúde, mas quando a notícia de sua morte chegou, não consegui acreditar.

Afinal, Dalmo foi prá mim um verdadeiro guru para quem chegou ainda tímido do interior paulista para tentar um espaço entre as grandes feras do jornalismo e radialismo esportivo da capital paulista.

Na época, ele era um dos redatores da página de esportes do jornal A Gazeta e editor de esportes de Notícias Populares, um jornal que misturava crimes e futebol e era recordista de venda avulsa nas bancas de jornal de São Paulo.

Dalmo Pessoa: franco e sincero

Dalmo Pessoa: franco e sincero

PRIMEIRO ENCONTRO
Primeiro encontro com o Dalmo foi na redação de A Gazeta, Dalmo ficou logo meu amigo e me ensinou muito. Ele me tratava como um verdadeiro irmão, porque, como ele, eu também vinha de uma cidade do interior paulista (ele de Bauru e eu de São José do Rio Preto) e ambos tínhamos enorme paixão pelo futebol.

Demorou menos de um ano para o Dalmo me tirar da Gazeta para ir trabalhar com ele no Notícias Populares. Eu cheguei lá como seu sub editor e durante um bom tempo fizemos um excelente jornalismo esportivo para os milhares de leitores que o NP tinha naquela época.

Dalmo deixou a produção da página de esportes prá mim e passou a cuidar particularmente de uma coluna que criou chamada “Gente Boa de Bola” (que ficou famosa em curto espaço de tempo).

Tão famosa, que ele acabou sendo convidado por Milton Peruzzi para participar da Mesa Redonda da TV Gazeta aos finais de semana.

FRANCO E DIRETO
Com seu estilo franco e direto de falar e se comunicar, Dalmo ganhou logo um grande número de seguidores, não só como colunista mas também como analista de futebol na famosa Mesa Redonda da Gazeta.

Passou também a participar de jornadas esportivas pela Rádio Gazeta e, por consequência, sua coluna de jornal de domingo para segunda feira ele me deu o privilegio de escrever.

Foi graças a isso que ganhei prática na confecção deste tipo de colunas, tanto que, anos depois, quando assumi a direção esportiva do jornal Popular da Tarde, também lancei minha coluna, a Toque de Bola, que era recordista de leitores deste jornal.

Dalmo na festa de fundação da Aceisp

Dalmo na festa de fundação da Aceisp

PESSOA MARAVILHOSA
Dalmo era uma figura humana maravilhosa. Ético, honesto, bom profissional. Era muito solidário com os companheiros de redação. Foi por isso que, quando assumi o comando do Popular da Tarde, jornal esportivo da empresa Diario Popular, eu fiz questão de levá-lo prá lá.

Também na época, comecei carreira como repórter esportivo da Rádio Bandeirantes de São Paulo. Pouco tempo depois, Dalmo também foi contratado para ser o comentarista titular desta mesma emissora.

Éramos amigos íntimos. Ele conhecia toda minha família e eu a dele. Conheci sua esposa, seus filhos. Ótimo marido, excelente pai. Desde cedo procurou investir forte na criação de um patrimônio para dar mais segurança a sua esposa e filhos. Chegou até a comprar um sitio perto de Bauru onde seu pai morava.

TEMPO PASSOU
O tempo passou, cada um foi para seu lado e eu passei a ver o Dalmo só eventualmente, em encontros fortuitos quando participávamos de algum evento esportivo para o qual tínhamos sido convidados.

A última vez que o vi foi em Campinas, quando uma festa da ACEISP (Associação dos Cronistas Esportivos do Interior de São Paulo) o Artur Eugênio e o Elcio Paiola, diretores do FUTEBOL INTERIOR, o convidaram para estar presente ao lado de Edgar Soares, Juarez Soares (que também já faleceu) e Roque Citadini (ex diretor do Corinthians).

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Fiquei sabendo depois disso, que o Dalmo estava doente. Percebi isso até através de algumas fotos que vi em jornais onde ele aparecia com seu rosto bem abatido. Até que nesta terça feira de outubro, li a triste notícia de sua morte na coluna do Milton Neves.

ADEUS, MEU AMIGO
Nessas ocasiões não há muito o que falar. A gente parece bloqueado e sem palavras para dizer o que sentimos. De qualquer forma, minha solidariedade à família do Dalmo (por quem tenho também grande estima) e meu desejo de que Deus o esteja recebendo bem lá em cima.

Adeus meu amigo Dalmo. Eu e seus milhares de seguidores vamos sentir falta de você.. Descanse em paz!