Dérbi é dérbi e vice-versa. Favoritismo? Jamais. Quantas e quantas vezes o menos credenciado saiu vencedor.

Se em circunstâncias normais não dá pra apontar favoritismo, imagem então com previsão de chuva e projeção de gramado encharcado?

O treinador interino da Ponte Preta, João Brigatti, é extremamente realista, e não se constrange ao citar que há três dias tem dormido pouco.

Embora tivesse tentado despistar a ‘reportaiada’ sobre a escalação da equipe pontepretana, deu pistas de que vai fortalecer a marcação no meio de campo.

“Vou colocar em campo uma equipe mais forte fisicamente, porque a previsão é de jogo pesado pela rivalidade entre esses clubes”.

Depreende-se daí que deva abrir mão da formação com três atacantes e reforçar o meio de campo para ganhar em combatividade.

Isso fica positivado quando Brigatti cita que tem o primeiro e o segundo tempo pra tentar vencer o jogo, e reconhece que o Guarani atravessa ‘momento melhor tecnicamente’.

LOUZER

Na entrevista coletiva desta quinta-feira, o treinador bugrino Umberto Louzer citou que a sua equipe não deve fugir da característica de agressividade, mas deixou claro que jamais pode haver descuido de forte marcação.

Diferentemente da treinadorzada do passado que evitava falar em dérbi, Louzer mostrou-se atualizado sobre o estilo da Ponte, e elencou velocidade na transição ao ataque e jogo aéreo ofensivo como pontos fortes que merecem cuidado.

Depreende-se, disso, postura do Guarani diferente em relação àquela adotada contra o Atlético Goianiense, quando a equipe massacrou o adversário.

Sinal que Louzer está atento à estatura da boleirada pontepretana, ao mencionar o jogo aéreo ofensivo.

Caso Hyuri seja escalado, é sabido que tem 1,86m de altura, enquanto o outro atacante, Júnior Santos, tem 1,88m de altura.

Considere que os volantes Nathan e Bruno Ramires têm 1,82m e 1,89m de altura, respectivamente, e os altos zagueiros Renan Fonseca e Reginaldo também aparecem na área adversária em bola parada. Isso requer cuidado redobrado de quem se defende.

Além dos zagueiros Pillipe Maia e Felipe Carioca, o Guarani terá que se virar na bola alta defensiva com o volante Ricardinho – 1,81m – e recomposição do atacante Bruno Mendes, com 1,84m.

Problema da marcação bugrina é que na bola alta adversária seus laterais levam desvantagem: Pará 1,68m e Kevin 1,74m de altura.

A compensação é que os laterais da Ponte igualmente não são altos: Igor com 1,73m e Nicolas 1,75m de altura.

BRUNO MENDES E ANDRÉ LUÍS

A bola aérea ofensiva do Guarani tem como arma a cabeça de Bruno Mendes, que habilmente tem ludibriado a marcação dos zagueiros adversários, principalmente quando se posiciona no primeiro pau, quer em jogada normal, que na bola parada.

Nos últimos jogos ele tem levado vantagem nesta bola, além de se mexer bastante e criar embaraço aos adversários pelo chão.

A principal preocupação defensiva do Guarani tem sido o atacante André Luís, e Louzer deixou a entender que reforçará a cobertura.

O canhoto – caso de Pará – tem mais dificuldade para marcar André Luís porque invariavelmente ele opta pela diagonal, com bola colada ao pé, o que dificulta o desarme de quem tem dificuldade para usar o pé direito.

Não estranhem, portanto, se Louzer optar pela escalação com três volantes, o que implicaria no retorno de Willian Oliveira para ajudar a fechar o setor.

Gente, é tudo elucubração. Difícil imaginar aquilo que passa na cabeça de treinador, que, por regra contraria a lógica, e apresenta argumentos que nos fazem concordar.

Evidente que para discussão sobre variáveis de ambos os lados seriam necessários três textos do tamanho deste, para exploração do assunto.

Exatamente por isso, pra ampliar a pluralidade do espaço, a bola é com você, bugrino e pontepretano, para alongar o assunto.