Governo francês vai investigar denúncias de crime sexual na federação de futebol

Principal alvo será o presidente da Federação de Futebol da França

Presidente FFF
Governo francês vai investigar denúncias de crime sexual na federação de futebol. (CREMEL BENJAMIN / PRESSE SPORTS)

São Paulo, SP, 16 – A ministra do Esporte da França, Amélie Oudéa-Castéra, anunciou nesta sexta-feira que ordenou uma investigação para apurar as denúncias de assédio sexual na Federação de Futebol da França (FFF). O principal alvo será Noël Le Graët, presidente da entidade, de 80 anos.

O anúncio veio poucas horas depois de uma reunião entre a ministra e o presidente da federação. Ela chamou a investigação de “missão de controle e auditoria”. A apuração é consequência de várias denúncias de assédio sexual feitas por reportagem da revista So Foot, publicada no início deste mês.

Presidente FFF
Governo francês vai investigar denúncias de crime sexual na federação de futebol. (CREMEL BENJAMIN / PRESSE SPORTS)

Ao longo de seis páginas, a publicação apresenta depoimentos de diversas funcionárias da federação revelando Le Graët. Algumas já haviam deixado a entidade. A maior parte das denúncias foi anônima. Elas afirmaram que recebiam mensagens de texto inapropriadas do presidente e que viviam em um “ambiente tóxico” dentro da federação.

A federação prometeu acionar a revista na Justiça. O presidente não se manifestou publicamente sobre as denúncias.

Em comunicado, a ministra do Esporte afirmou que ouviu os comentários de Le Graët sobre as denúncias. E disse que é “imperativo que a FFF siga com suas atividades com absoluto respeito a todos os seus funcionários, independente da posição hierárquica em que atuem”. Ela cobrou que a entidade “atua firmemente para prevenir e lutar contra todas as formas de discriminação e violência, incluindo violência sexista e sexual”.

O presidente da FFF disse apenas que vai fornecer todas as informações necessárias à investigação e que vai trabalhar “com toda a transparência”. Nesta semana, em entrevista ao jornal L’Équipe, ele descartou rumores de que poderia deixar o cargo antes do fim do seu mandato, em 2024.

“Se a minha saúde continuar estável, se eu estiver bem, não há nenhuma razão para eu parar. Eu sou muito bom no meu trabalho e todo mundo gosta de mim. Tenho sorte de ser respeitado”, declarou o presidente da federação francesa.

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