ESPECIAL SUL-AMERICANA: Independiente faz a festa e Flamengo paga 'mico'
O rubro-negro carioca montou um elenco forte para brigar por títulos, mas ao final da temporada amargou o vice-campeonato
Para contar a história da Sul-Americana é preciso começar no final de 2016, quando o Flamengo conquistou uma vaga na fase de grupos da Copa Libertadores da América
Rio de Janeiro, RJ, 31 (AFI) – Para contar a história da Sul-Americana é preciso começar no final de 2016, quando o Flamengo conquistou uma vaga na fase de grupos da Copa Libertadores da América e abriu os cofres para contratar grandes estrelas do futebol continental. O rubro-negro carioca montou um elenco forte para brigar por títulos, mas ao final da temporada amargou o vice-campeonato da Sul-Americana para o Independiente da Argentina.
Enquanto o Flamengo era campeão do Campeonato Carioca, o Independiente dava pequenos paços na Sul-Americana, já que entrou ainda na primeira fase. Com um empate sem gols em casa e uma vitória por 1 a 0 fora, o time eliminou o Alianza Lima do Peru. Depois venceu duas vezes o Deportes Iquique do Chile para avançar na segunda fase até chegar nas oitavas de final.
NO BRASIL
Nesse meio tempo, o Flamengo decepcionou o seu torcedor ainda em maio, quando caiu na fase de grupos da Libertadores para o San Lorenzo, com uma derrota por 2 a 1 na Argentina – o Atlético-PR classificou em segundo no grupo. A terceira posição lhe deu uma chance direto nas oitavas de final da Sul-Americana, mas a torcida não ficou contente com os resultados e pediu a saída de Zé Ricardo. Reinaldo Rueda chegou para substituí-lo.
Contra a Chapecoense, nas oitavas da Sul-Americana, o Flamengo foi apático e ficou apenas no 0 a 0 na Arena Condá, com o time da casa pressionando e dono das melhores chances. No jogo de volta, uma semana depois, vitória fácil por 4 a 0 em plena Ilha do Urubu e vaga assegurada nas quartas. Nesse meio tempo, o time da Gávea também chegou na final da Copa do Brasil, mas acabou perdendo a grande final para o Cruzeiro nos pênaltis e ficou com o vice.
BRIGA BOA
Já o Independiente chegou nas oitavas de final para jogar com o Atlético Tucumán, rival na Argentina. Perdeu o primeiro jogo por 1 a 0 no José Fierro, mas se recuperou em Avellaneda, venceu por 2 a 0 e garantiu a sua vaga nas quartas para enfrentar o Nacional do Paraguai. Novamente uma presa fácil para os multicampeões, que venceram os dois jogos com certa tranquilidade.
Longe de brigar pelo título no Campeonato Brasileiro, restou ao Flamengo concentrar todas as suas forças na Sul-Americana. O problema é que as quartas de final não seriam nem um pouco fácil. O adversário? O Fluminense, talvez o maior rival do clube em 122 anos de história. Com os dois jogos no Maracanã, o rubro-negro venceu por 1 a 0 a ida e empatou por 3 a 3 na volta, em jogo marcado por confusão e gol de William Arão no finalzinho do jogo.
Com o espaçamento da competição imposto pela Conmebol, o Flamengo só voltou a atuar pela competição continental um mês depois. Os nervos já não eram os mesmos, mas ainda assim o Júnior Barranquilla foi presa fácil, com vitória por 2 a 1 no Maracanã e nova vitória na Colômbia por 2 a 0. Já o Independiente sofreu para passar do Libertad do Paraguai: derrota em Assunção por 1 a 0 e vitória por 3 a 1 na Argentina.
Todo esse clima de pressão criado em cima do Flamengo e a necessidade compulsória de um título, fez com a final ficasse marcada não só pelo resultado dentro de campo, mas pelo que aconteceu nas arquibancadas e até mesmo fora dos estádios. Na Argentina, em Avellaneda, o time carioca saiu na frente com gol de Réver, mas o Independiente foi seguro, mostrou maturidade e virou a partida para 2 a 1.
TRISTE
O jogo de volta foi uma vergonha. Não só para o torcedor do Flamengo, que viu um time lutar 90 minutos, mas acabar empatando por 1 a 1 dentro de casa e deixar a chance de ser campeão escapar pela ponta dos dedos. Mas para todos os brasileiros e brasileiras, que assistiram cenas de guerra e barbárie no estádio do Maracanã. Famílias, crianças e idosos foram vítimas de uma ‘invasão’ das organizadas, que quebraram grades e portões, além de assaltar bares dentro do estádio.
Para o Brasil, essa foi a cena que marcou a temporada do Flamengo e a Copa Sul-Americana. Um time com sobrecarga de pressão, que foi criada muita expectativa em torno e, como consequência, uma cobrança acima do normal. Para os argentinos a cena que ficou foi o elenco inteiro do Independiente comemorando o título através de uma janela quebrada do ônibus, que a torcida do Flamengo vandalizou.