Campinas, SP, 23 (AFI) – A edição de 2024 da Série B do Campeonato Brasileiro entrou para a história do futebol paulista. Com sete representantes do estado, incluindo potências do interior e o Santos, em sua primeira participação na divisão, o torneio trouxe grandes emoções, momentos históricos e também quedas dolorosas.

SANTOS: DO SUSTO À CONSAGRAÇÃO

Rebaixado pela primeira vez para a Série B em 2023, o Santos mostrou sua grandeza ao retornar à elite com o título. Apesar de em alguns momentos oscilar e perder a liderança, o time conquistou o acesso e o título com antecedência. O time somou 68 pontos e apresentou o segundo melhor ataque do campeonato, com 57 gols marcados.

MIRASSOL: A ASCENSÃO DO LEÃO

Outra grande história foi escrita pelo Mirassol. Em apenas sua segunda participação na Série B, o time do interior paulista alcançou o vice-campeonato e garantiu o inédito acesso à Série A. Com uma defesa sólida – a melhor da competição, com apenas 26 gols sofridos –, o Leão confirmou sua posição entre as principais forças emergentes do futebol brasileiro.

Além disso, o Mirassol garantiu a melhor campanha jogando em casa. Em 19 partidas, conquistou 14 vitórias, quatro empates e só foi derrotado uma vez, chegando a 80,7% de aproveitamento.

Tradicionais clubes brasileiros, Sport e Ceará completaram a lista de acessos, enquanto o Novorizontino, que passou a maior parte dentro do G-4, amargou a quinta colocação pelo segundo ano seguido. O Botafogo foi outro time paulista a continuar na segunda divisão nacional, mas com gosto de vitória, já que escapou do rebaixamento.

DRAMA DO INTERIOR: TRÊS QUEDAS E A DOR DA DUPLA CAMPINEIRA

Se por um lado o estado de São Paulo celebrou dois acessos, o interior viveu o drama do rebaixamento de três clubes. Ponte Preta, Ituano e Guarani não resistiram e caíram para a Série C. O rebaixamento de Ponte Preta e Guarani marca um capítulo inédito na história da rivalidade campineira: pela primeira vez, os dois times disputarão juntos a terceira divisão nacional.

O Guarani esteve durante todo o campeonato na zona de rebaixamento (Z-4) e, apesar de alguns momentos de reação, não conseguiu se recuperar de um péssimo primeiro turno. O time fez apenas 11 pontos na primeira metade. Na metade final, fez outros 22 pontos e acabou na lanterna (20º) com 33.

Já a Ponte Preta chegou até as últimas rodadas com chances de permanência, mas foi castigada pela falta de regularidade, principalmente fora de casa, somada a uma queda brusca de rendimento no segundo turno. No primeiro turno, fez 26 pontos e teve a décima melhor campanha. Já no segundo turno, fez apenas 12 pontos, sendo a pior campanha disparada, já que o Brusque fez 17 pontos.

Além disso, a Ponte Preta fez apenas nove pontos fora de casa durante toda a competição: apenas 15,7% de aproveitamento, terceiro pior número, atrás apenas de Guarani e Brusque.

Por fim, o Ituano viu o pesadelo, que já era ruim, piorar ainda mais. O time foi rebaixado no Paulistão e amargou um novo rebaixamento na competição nacional.

SURPRESA

Campeão da Série C em 2023, o Amazonas fez uma campanha segura e surpreendeu ao permanecer na Série B sem sustos. O time terminou em 11º lugar com 52 pontos. O Paysandu também segue na segunda divisão nacional e, com o acesso do Remo, nesta temporada, a competição voltará a ter o tradicional clássico Re-Pa.

PRINCIPAIS ESTATÍSTICAS

• Acessos: Santos (68 pontos), Mirassol (67 pontos), Sport (66 pontos) e Ceará (64 pontos)
• Rebaixados: Ponte Preta (38 pontos), Ituano (37 pontos), Brusque (36 pontos) e Guarani (33 pontos)
• Melhor ataque: Ceará (59 gols)
• Melhor defesa: Mirassol (26 gols sofridos)
• Artilheiro: Erick Pulga (Ceará) – 13 gols
• Garçom: Lucas Lima (Sport) – 11 assistências