ESPECIAL: SAF chega com força para salvar gigantes e potencializar clubes do interior
Cruzeiro, Botafogo e Vasco foram os primeiros grandes clubes que aprovaram a compra de suas SAFs
Campinas, SP, 28 (AFI) – O ano de 2022 foi marcado por avanços e modernização no futebol brasileiro. Discussões sobre a formação de uma liga e também a profissionalização da gestão dos clubes com as chegadas em força das Sociedades Anônimas de Futebol (SAF). E isso tem afetado não só clubes grandes, mas também clubes pequenos, que buscam se firmar no cenário nacional.
CORDA NO PESCOÇO
Cruzeiro, Botafogo e Vasco foram os primeiros grandes clubes que aprovaram a compra de suas SAFs. Os mineiros venderam o comando do futebol ao ex-atacante Ronaldo Fenômeno, enquanto o setor do time Botafogo foi adquirido por John Textor, acionista de clubes como Crystal Palace (Inglaterra) e Lyon (França).
Mais recentemente, o Vasco fechou negócio com a 777 Partners por 70% da SAF, em negociação de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 700 milhões em investimentos e outros R$ 700 milhões em pagamento de dívidas. Além disso, a empresa atuará para reforma de São Januário e já intermedia com outras empresas para administrar o Maracanã.
Em comum, os três times apareciam entre os cinco mais endividados do País até o ano passado. Em segundo lugar geral, o Cruzeiro possuía endividamento líquido de cerca de R$ 1 bilhão, de acordo com um levantamento da EY. Na mesma lista, em quarto e quinto lugar, respectivamente, estavam Botafogo e Vasco, com dívidas de R$ 863 milhões e R$ 710 milhões.
PAULISTAS
Na capital, a Portuguesa busca colocar em prática sua S/A. O objetivo, além de financeiro, é esportivo. A Lusa quer se restabelecer no cenário brasileiro de futebol e já planeja receber aportes de novos investidores para o próximo campeonato estadual.
Outro paulista a adotar modelo oficialmente foi o Botafogo de Ribeirão Preto. A Ferroviária, que já era SAF, terá um novo investidor, já que o empresário Giuliano Bertolucci adquiriu 92% das ações da Ferroviária S/A que estavam com Saul Klein, herdeiro das Casas Bahia, dono da MS Sports. Os valores da transação não foram revelados, mas devem girar em torno de R$ 30 milhões.
Times como Primavera, do Paulista A2, São José, do Paulista A3, e Paulista, da Segundona, também aprovaram a criação da SAF. A tendência é que a lista não pare de aumentar.
NEM TODOS QUEREM
Por outro lado, o modelo pode não agradar a todos os clubes. O Conselho Deliberativo do Juventus, por exemplo, vetou a criação de sua SAF. A proposta votada consistia na venda de 90% das ações do tradicional time do bairro da Mooca por R$ 13 milhões. O comprador seria o grupo italiano AlmavivA do Brasil.
O próprio Corinthians também é outro clube quee reluta a ideia, pois vê a torcida como dona do clube. Times com situação financeira equilibrada, como Palmeiras, Flamengo, Grêmio, entre outros, também podem se dar ao luxo de ser pacientes e aguardar propostas realmente tentadoras.
PELO BRASIL
Fora de São Paulo, outros modelos de SAF, sem tanta pressão de torcida, já mostram resultados em campo. Um dos primeiros clubes do Brasil a se tornar sociedade anônima, o Cuiabá saiu da segunda divisão do Mato Grosso em 2009 para atingir a elite do Brasileirão no ano passado. O time se manteve na primeira divisão e conquistou uma vaga inédita em seu estado para a disputa da Copa Sul-Americana.
Outro caso, este mais recente, é o do Bahia, vendido para o Grupo City, que também é dono do Manchester City, entre vários outros times pelo mundo. Mesmo com pouco tempo, o grupo já injetou dinheiro, fazendo que o Bahia quebrasse recorde nas cifras em contratações para 2023.
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