ESPECIAL COPA VERDE: O título inédito do quase invencível Papão
O Paysandu perdeu a invencibilidade apenas no último jogo da competição, mas mesmo assim foi campeão
O Paysandu perdeu a invencibilidade apenas no último jogo da competição, mas mesmo assim foi campeão
Campinas, SP, 27 ( AFI) – O ano de 2016 não terminou da melhor maneira possível para o Paysandu, já que o time não conseguiu o acesso à Série A durante a disputa da segunda divisão. Porém, o primeiro semestre foi inesquecível para a torcida bicolor, que em quatro dias comemorou a conquista do Campeonato Paranaense e da Copa Verde, sob o comando do técnico Dado Cavanlcanti.
O estadual foi conquistado de forma invicta e somou o 46º troféu da competição para o Papão. Já o título do torneio regional, vigente desde 2014, veio pela primeira vez e causou muita alegria nos torcedores. Além da taça, o time teria direito a uma vaga na Sul-Americana, mas a Conmebol mudou a regra e vetou a participação do time. Dessa maneira, será recompensado com uma vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil.
O CAMINHO
Depois de conquistar o título invicto do Paranaense, o Paysandu começou a disputa da Copa Verde confiante, mas estreou com apenas um empate, ficando no 1 a 1 com o FAST. No segundo jogo, na Curuzu, até entrou em campo pensando que poderia se classificar por um empate sem gols, mas no fim não precisou fazer contas, pois venceu por 3 a 0 sem dificuldades e avançou na competição.
Nas quartas de final, o Paysandu se classificou em grande estilo. Depois de um jogo de ida equilibrado, o Papão goleou o Rio Branco fora de casa, na Arena da Floresta, por 5 a 2, com dois gols de Fabinho Alves e outros de Ricardo Capanema. Leandro Cearense e Bruno Veiga.
Como já havia vencido em casa por 1 a 0, o time paraense podia até perder, mas transformou a vitória em goleada no segundo tempo. Classificado, o Papão logo descobriu que teria o Remo, seu principal rival – que havia passado por Náutico-RR e Nacional-AM – como adversário na próxima fase. A outra semifinal foi formada por Gama e Aparecidense.
Paysandu e Remo fizeram um grande clássico pela primeira partida da semifinal da Copa Verde. Jogando no estádio Mangueirão, o Papão saiu atrás no marcador, mas conseguiu o empate um minuto depois e foi buscar a virada na etapa complementar, conseguindo um grande resultado para o Paysandu, que jogou como mandante. Com a vitória, o Paysandu foi para a decisão precisando um empate no Mangueirão.
Jogando na casa dos adversários, o bicolor contou com uma tarde inspirada de seu sistema ofensivo para vencer por 4 a 2. O elenco de Dado Cavalvanti não quis saber de segurar o empate para jogar pelo regulamento e buscou a vitória a todo custo para chegar à final com bastante moral.
Nas últimas três edições da competição o Clássico Re-Pa já tinha sido emplacado. Em 2014, o próprio Paysandu venceu a semifinal, mas na última temporada, em 2015, foi a vez do Remo prevalecer. No outro confronto semifinal, o Gama passou pelo Aparecidense.
O DESTINO
Foi inevitável. O jogo do Paysandu nem tinha acabado contra o Gama, no estádio Bezerrão, e um grande número de torcedores já se encaminhava para as principais ruas de Belém com bandeiras em punho e camisas azuis do Papão. O alvo principal da festança foi a avenida Doca de Souza Franco, no centro da capital paraense.
Milhares de torcedores fizeram um buzinaço para comemorar a inédita conquista da Copa Verde que escapou ano passado ao perder a final para o Brasília.Ao término do jogo, ninguém parecia ligar para perda da série invicta de 25 jogos, que já durava seis meses.
O time perdeu por 2 a 1, mas tinha ganho no Mangueirão, por 2 a 0. Afinal o time conquistou dois títulos em apenas quatro dias. No sábado levou o Paraense ao bater o São Francisco por 1 a 0, em jogo único.
SELOU
Apesar de estar jogando no Estádio do Bezerrão, no Gama (DF), o Paysandu entrou em campo com calma por conta do bom resultado no primeiro.A situação da equipe ficou ainda mais tranquila quando Raí, logo aos dois minutos, recebeu na frente e bateu no canto direito, abrindo o placar.
O Gama sentiu o gol e só conseguiu responder com uma boa chance aos 39 minutos, com chute de Grampola que passou muito perto. Quatro minutos depois, Leandro Cearense recebeu passe de Augusto Recife e quase ampliou para o Papão.
Na etapa final, o Paysandu voltou querendo deixar as coisas ainda mais tranquilas. Aos dois minutos, Lucas pegou rebote e quase marcou. No lance seguinte, Raphael Luz conseguiu boa cabeçada e obrigou o goleiro Pereira a fazer grande defesa. Já aos 27, Leandro Cearense puxou contra-ataque, ganhou da defesa e bateu para fora.
Após três chances desperdiçadas, o ditado “quem não faz, leva” foi justificado. Aos 28 minutos, Grampola ganhou de Lombardi no alto e deixou tudo igual com toque de cabeça no canto. Três minutos depois, o mesmo Grampola apareceu novamente, foi derrubado na área e o árbitro marcou pênalti. Ele bateu e virou o placar para o Gama.
A equipe brasiliense tinha de fazer mais dois gols para ficar com o título, mas o Papão se defendeu bem e garantiu que a taça fosse para Belém.
Rapidamente as ruas perto da Avenida Doca estavam abarrotadas de torcedores eufóricos e exibindo a camisa azulina. Outro fato que chamou atenção foi que antes do jogo terminar a sede do clube já estava lotada e teve seus portões fechados para evitar uma superlotação.