Campinas, SP, 29 (AFI) – Restam apenas seis meses para o início da Copa do Mundo da Rússia, a 20ª edição do torneio organizado pela Fifa, e, com a definição das 36 seleções, as expectativas estão mais altas do que nunca. Em julho, os gramados do solo russo receberão favoritos, azarões e estreantes, enquanto ao menos quatro seleções que eram esperadas apenas assistirão pela televisão.

E nada mais justo do que começar pela anfitriã Rússia, que espera contar com a força da sua torcida para passar da fase de grupos pela primeira vez em sua história, já foram três copas disputadas e a classificação ainda não veio. E para preocupar ainda mais o torcedor da casa, o desempenho recente dos russos não anima. A equipe caiu na primeira fase da última Copa das Confederações e teve um desempenho ruim nos últimos amistosos que fez em 2017.

FAZIA TEMPO
E, já que estamos falando de seleções sem tanta tradição em Copas do Mundo, nada melhor do que citar as três “carinhas novas”, que voltam ao torneio após muito tempo. Começando pelo Egito, que volta ao Mundial após 28 anos. Atual vice-campeão da Copa Africana de Nações, o time comandado pelo craque do Liverpool Mohamed Salah chega com status de que pode dar muito trabalho.

Outra seleção que estava há bastante tempo afastada do mundial é mais um das cinco representantes da África: Marrocos, que não jogava a Copa há 20 anos. Apesar de não gerar tantas expectativas quanto os egípcios, os marroquinos também se classificaram com certa propriedade nas Eliminatórias Africanas e podem surpreender.

Entretanto, dos países que fizeram as pazes com o Mundial, o Peru é o que estava mais tempo afastado, 36 anos. Com uma classificação emocionante, os peruanos deixaram favoritos pelo caminho para irem à Copa. E não é só a seleção que retorna, como o seu principal jogador também. Com a suspensão reduzida, o artilheiro Paolo Guerrero poderá atuar na seleção ao lado de Cueva e Trauco, que também jogam no Brasil. Isso sem falar do técnico ex-Palmeiras Ricardo Gareca.

OS NOVATOS
E, se as seleções acima estão de volta depois de muito tempo, Islândia e Panamá vão para sua primeira Copa do Mundo. Após esbanjar carisma durante a Eurocopa, a seleção da Islândia chega ao mundial como a “queridinha” e quer aproveitar o melhor momento de sua história. Já o Panamá chega ao torneio depois de um gol nos minutos finais sobre a Costa Rica, que deu vaga direta ao país nas Eliminatórias da Concacaf.

ASSISTE DA TEVÊ
As decepções desta edição ficam por conta de Itália, Holanda, Chile e Estados Unidos, que não conseguiram a classificação. O título de maior decepção vai para os italianos, que depois do título em 2006 caíram na fase de grupos nas duas últimas Copas e agora se superaram com a não classificação para o torneio cujo é tetracampeã. A Azzurra caiu para a Suécia na Repescagem.

Já a Holanda, vice-campeã em 2010, viu uma geração de craques envelhecer e vem encontrando sérios problemas para repôr seu time de sucesso. Esta não foi nem para a repescagem, assim como os Estados Unidos, que costuma dominar nas Eliminatórias da Concacaf, mas também decepcionou.

Mesmo com o título da Copa América em baixo do braço, o Chile não embalou e acabou sem vaga nas acirradas eliminatórias Sul-Americanas. Após a não classificação, surgiram boatos de problemas internos e de indisciplina, mas fato é que os chilenos terão que assistir a Copa pela tevê.

OS FAVORITOS
Apesarde grandes seleções estarem de fora, atrações não vão faltar, principalmente quando o assunto é os candidatos ao título. Começando, é claro, pela atual campeã Alemanha, que viu alguns medalhões saírem após 2014, mas se renovou bem e segue com um time forte comandado pelo mesmo Joaquim Low.

Portugal é outra quem vem embalada por um troféu, o da Eurocopa. O desempenho recente lusitano anima, o time foi líder do Grupo E nas Eliminatórias e terceira colocada na Copa das Confederações.

Outra favorita é a França, comandada pelo capitão da conquista de 1998, Didier Deschamps. Com uma geração que esbanja talento, nomes como Mbappe, Pogba e Griezmann colocam Les Bleus no topo de muitas casas de aposta. Entretanto, o país vem com um gosto amargo após perder a Euro para Portugal.

Campeã em 2010, a Espanha tenta voltar para os trilhos após uma campanha ruim em 2014 e após ser eliminada nas oitavas de final da Euro. A equipe tem um meio-campo mágico que pode dar muitas alegrias em 2018, com nomes como Isco, David Silva, Juan Mata, Iniesta e Thiago Alcântara.

E, ainda no Velho Continente, temos os inventores do futebol, a Inglaterra. O bom momento de pratas da casa na Premier League empolga os ingleses. Neste ano, Kane conseguiu quebrar a hegemonia de Messi e Cristiano Ronaldo e foi o grande artilheiro com 57 gols. Além dele, o English Team conta com peças como Delle Alli e Sterling. Na primeira fase, os ingleses terão pela frente a talentosa geração belga, que também pode ir longe.

Além das europeias, a Argentina figura no quadro das favoritas. O time comandado por Messi foi vice-campeão em 2014, mas segue desacreditado, já que perdeu a Copa América para o Chile e correu altos riscos de ficar fora do mundial, tendo se classificado graças a Messi na última rodada.

BRASIL E SEUS ADVERSÁRIOS
Empolgante, o adjetivo define bem a seleção brasileira depois que Tite assumiu. Com uma Eliminatória impecável, a seleção Canarinho conta com craques por todos os lados e nomes de confiança do treinador, que prometem apagar o vexame feito pelo país pentacampeã na última Copa do Mundo.

O Brasil terá como adversários as seleções de Costa Rica, Sérvia e Suíça já na primeira fase. Apesar de ser o azarão do grupo, a Costa Rica conseguiu se classificar no grupo da morte na última Copa, que contava com Uruguai, Itália e Inglaterra. O time de Keylor Navas já provou que pode surpreender. Com cinco participações em Copas, a seleção é tradicional em torneio da Concacaf.

Já a Suíça possui alguns nomes de destaque como Granit Xhaka, do Arsenal, e Xherdan Shaqiri, do Stoke City, e chega como forte candidata à segunda colocação. Enquanto a Sérvia promete dificultar na defesa, que conta com peças como Ivanovic, Kolarov, Nemanjia Matic e Vidic.

CORRENDO POR FORA?
A Copa ainda terá outros times que sempre podem assustar. Caso do Uruguai, que conta com Suárez e Cavani no ataque e um meio-campo jovem, mas a defesa preocupa. Assim como a Croácia, que emplaca craques nos principais times do mundo e tem forte poder ofensivo.

Já o México, de Juan Carlos Osório, ex-São Paulo, costuma dar trabalho, mas está longe de viver seu melhor momento, ao contrário da Suécia, que eliminou Holanda e Itália em seu caminho até aqui e chega embalada.

Apostando em seus artilheiros, Senegal e Polônia podem brilhar. Os europeus têm Robert Lewandowski no comando de ataque. O jogador foi artilheiro das Eliminatórias Europeias. Além disso, a Polônia entra num grupo sem muito glamour para buscar a classificação. Já os africanos apostam em Sadio Mané, que vive grande fase no Liverpool. A seleção de Senegal fez a melhor campanha das Eliminatórias Africanas.

ATRASADA
Após classificação sofrida para a Copa do Mundo, que aconteceu na repescagem, o técnico Ange Postecoglou deixou o comando da Austrália, que vira o ano sem treinador.