Era Tite se encerra na seleção com decepções acima dos bons números
A passagem do treinador na seleção foi marcada por decepções e fracassos
São Paulo, SP, 09 – O fracasso do Brasil na Copa do Mundo do Catar encerra uma Era Tite marcada por números superlativos, mas o resultado final foi decepcionante. Contra a Croácia, o treinador conheceu apenas sua sétima derrota em 81 jogos.
Só que quatro delas foram decisivas: além da eliminação desta sexta-feira no Mundial do Catar, houve também a derrota para a Bélgica nas quartas de final da Copa da Rússia, e a perda do título da Copa América em casa para a Argentina no ano passado. Assim, seis anos e meio após assumir a seleção, o técnico deixa o comando da equipe apenas com o título continental de 2019 no currículo.
Tite anunciara ainda no primeiro semestre que deixaria a seleção ao final da Copa do Mundo, mas a eliminação nas quartas de final do Catar – mesma fase em que caiu na Rússia em 2018 – tornou sua situação insustentável de qualquer forma. Único técnico a comandar o Brasil em dois Mundiais seguidos mesmo tendo falhado no primeiro, ele aproveitou mal a segunda chance. Não bastasse perder para uma seleção africana pela primeira vez na história das Copas na primeira fase, a queda desta sexta-feira ocorreu diante de uma seleção que em momento algum foi apontada como candidata ao título.
Os dois fracassos contrastam com o status de sua chegada, em junho de 2016. À época, Tite era quase uma unanimidade. Tanto que condicionou sua contratação à de Edu Gaspar, seu chefe imediato na hierarquia da seleção brasileira. Impôs um modelo de trabalho próprio, passou a bater ponto diariamente na sede da CBF e inflou o estafe da seleção – na Rússia e no Catar, a delegação brasileira contou com cerca de 60 pessoas.
O desempenho naquele seu primeiro ciclo foi irretocável, e até em função disso que o treinador foi mantido no cargo mesmo com a eliminação para a Bélgica – uma seleção em ascensão – na Copa da Rússia.
A derrota naquele Mundial, porém, tirou a carta branca de Tite junto à CBF. Responsável pelo novo contrato, o ex-presidente Rogério Caboclo tirou a carta-branca de Edu Gaspar e tentou emplacar Xavi para ser auxiliar de Tite, já pensando em fazer do espanhol seu sucessor. O hoje técnico do Barcelona recusou a proposta.
Gaspar saiu, Juninho Paulista virou coordenador da seleção brasileira, e a comissão técnica do Brasil seguiu praticamente a mesma – a não ser o fato de Matheus Bachi, filho do treinador, ter se tornado um de seus auxiliares mais próximos no campo, função que na primeira parte da Era Tite coube a Sylvinho.
O ciclo para o Mundial do Catar foi marcado pela pandemia, calendário espremido e ausência quase que total de confrontos com europeus. Nesse contexto, os números seguiram a favor de Tite, que encerrou as Eliminatórias Sul-Americanas em primeiro lugar, invicto e com recorde de pontos na história – foram 45 conquistados em 17 jogos, com 14 vitórias e três empates.
Mas, assim como acontecera em 2018, os bons resultados nas Eliminatórias não encontraram reflexo na Copa do Mundo. O Brasil encerrou a primeira fase no Catar com apenas três gols marcados em três partidas, incluindo a derrota por 1 a 0 para Camarões. A vitória nas oitavas por 4 a 1 deu algum fôlego, mas o respiro extra só foi suficiente até esta sexta-feira.
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