Em São Paulo, protesto na frente do consulado da Espanha

O protesto desta terça-feira contou com a participação do Movimento Negro Unificado, a Coalização Negra por Direitos, a Unegro.

"O Estado Espanhol nos deve respostas", indagaram os presentes no ato desta terça-feira. O caso de Racismo repercutiu no mundo

rio de Janeiro - Cristo Redentor
Vini Jr agradece homenagem. Foto: Reprodução Redes sociais.

São Paulo, SP, 23 – Os movimentos em apoio a Vini Jr seguem acontecendo pelo Brasil. Na tarde desta terça-feira, um grupo de manifestantes do movimento negro e aliados na causa de combate ao racismo se reuniram em frente ao consulado da Espanha, em São Paulo, e protestaram em apoio ao atacante do Real Madrid.

“Pra quem ficou surpreso com a resposta do Javier Tebas, presidente da La Liga, que (culpou) Vini Jr por ter sofrido racismo, é importante saber que essa não é a primeira vez que ele faz declarações absurdas como essa. Tebas é reconhecido por apoiar abertamente o Vox, partido de extrema-direita espanhol, que já se posicionou a favor da expulsão de imigrantes da Espanha e a revogação de leis em favor da comunidade LGBTIA+ e leis contra a violência machista”, publicou a Uneafro nas redes sociais explicando a razão do protesto desta terça-feira.

O protesto desta terça-feira contou com a participação do Movimento Negro Unificado, a Coalização Negra por Direitos, a Unegro. “O Estado Espanhol nos deve respostas”, indagaram os presentes no ato desta terça-feira.

Nesta terça-feira, a Real Federação Espanhola de Futebol (REEF) anunciou a punição ao Valência por conta do caso de racismo do últimos domingo. De acordo com o comunicado, a entidade determinou o fechamento de um dos setores do Estádio Mestalla, local dos ataques racistas, por cinco partidas.

ENTENDA O CASO

O brasileiro Vinícius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro por causa das ofensas.

Nos acréscimos, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.

O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinícius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.
MUITOS EPISÓDIOS

São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. “Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.”

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